Título: Comércio de máquinas recua pelo segundo mês
Autor: Alexandre Inacio
Fonte: Gazeta Mercantil, 08/11/2004, Agribusiness, p. B-12

Pelo segundo mês consecutivo, as vendas internas de máquinas agrícolas (tratores e colheitadeiras) recuaram. Segundo levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em outubro, foram comercializadas 3.574 unidades. O total do mês passado representou uma retração de 5,6% em comparação a setembro, quando foram vendidas 3.787 unidades. Em setembro, a comercialização de tratores e colheitadeiras já havia recuado 2,5% no mercado interno.

Apesar do segundo mês de queda consecutiva, em comparação com o mesmo período do ano passado, as vendas internas registram estabilidade. Em outubro de 2003, foram vendidas 3.552 unidades, 0,6% a menos do que no mês passado. No acumulado de janeiro e outubro de 2004, a Anfavea registrou a negociação de 33.725 unidades, um avanço de 0,7% em comparação com os dez primeiros meses do ano passado.

Em recente entrevista, Persio Pastre, vice-presidente da Anfavea e executivo da Case-New Holland (CNH), disse que em 2004 as vendas de máquinas agrícolas ficarão no mesmo nível do ano passado, quando foram comercializadas, 38 mil unidades no Brasil. "Neste ano, não conseguiremos vender mais do que vendemos no ano passado. Os agricultores estão mais cautelosos, já que as cotações das commodities estão em baixa e há uma pressão de custos, como petróleo, defensivos, fertilizantes e aço", afirma Pastre.

Exportações em alta

Enquanto as vendas no mercado interno seguem estáveis, as exportações não param de subir. No mês passado, foram exportadas 2.499 unidades, um avanço de 9,6% em comparação a outubro de 2003. Em receita, as exportações de tratores e colheitadeiras de outubro totalizaram US$ 141,42 milhões, aumento de 27,2% em relação ao mesmo mês do ano passado.

No acumulado do ano, as exportações já totalizam 25.721 unidades embarcadas, com receita de US$ 6,75 bilhões. Os atuais níveis de embarques representam crescimento de 49,4% em volume e 50,5% em receita, em relação aos dez primeiros meses de 2003. Segundo Pastre, as exportações de 2004 serão superiores às de 2003.

Perspectivas para 2005

Para 2005, as perspectivas já estão definidas. "No ano que vem reduziremos nossas vendas no mercado interno, em unidades. Apesar de queda na comercialização, a potência média das máquinas está superior, ou seja, teremos menos unidades, porém maior potência", explica Pastre.

No caso das exportações, as vendas gerais de máquinas agrícolas ficarão divididas entre uma queda nos embarques de colheitadeiras e aumento do comércio de tratores, em 2005. "Cerca de 90% de nossas colheitadeiras vão para o Mercosul, que passa pelos mesmos problemas do Brasil. No caso dos tratores, 40% das vendas são para fora do bloco", afirma Pastre.