Título: Após o pico de julho, IPCA-15 desacelera e sobe 0,79% em agosto
Autor: Cristina Borges Guim
Fonte: Gazeta Mercantil, 25/08/2004, Nacional, p. A-6

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo¿15 (IPCA-15) relativo ao mês de agosto desacelerou, na comparação com o mês anterior, e teve alta de 0,79%, mas continuou sofrendo a pressão dos preços administrados. Na pesquisa anterior, o indicador havia registrado um pico de inflação, de 0,93% - a maior taxa mensal do ano, concentrando as pressões dos reajustes dos preços de combustíveis, energia elétrica, telefone fixo e alimentos. Em junho deste ano, o IPCA-15 havia apresentado aumento de 0,56% e, em agosto do ano passado, alta de 0,27%.

Nos primeiros oito meses deste ano, o índice acumula alta de 5,12%, e, nos últimos 12 meses, de 7,09%. Os preços para cálculo do IPCA-15 foram coletados entre 14 de julho e 12 de agosto e comparados com os preços vigentes de 10 de junho a 13 de julho. O indicador é pesquisado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O item que mais influenciou a alta dos preços este mês foi a energia elétrica, que acelerou de alta de 0,67% em julho para uma de 3,58% em agosto. O telefone fixo acelerou de 1,88% para 3,55%, e as tarifas de ônibus, que em julho haviam registrado deflação de 0,14%, agora subiram 1,22%.

No movimento contrário, a gasolina desacelerou e a alta de 5,64% apurada em julho passou para 0,28% em agosto. O aumento dos alimentos recuou de 0,91% para 0,58% e o dos artigos de vestuário, de 1,08% para 0,50%. Os artigos de vestuário, a gasolina e os automóveis novos, que desacelerou de alta de 0,85% para alta de 0,27%, foram os principais responsáveis pela redução na taxa do IPCA-15 de julho em agosto.

Entre os alimentos, o leite pasteurizado, que havia aumentado 5,66% em julho, teve alta bem menor em agosto, de 1,42%. O óleo de soja manteve a trajetória de baixa: deflação de 2,56% em agosto, ante deflação de 4,05% apurada em julho. Outros itens que registraram redução de preços foram o feijão carioca (¿7,10%), as hortaliças (¿2,57%) e o arroz (¿2,24%).

Entre as regiões pesquisadas, o Rio de Janeiro registrou o mais alto índice de inflação (1,18%) e Fortaleza (0,31%) apresentou a taxa mais baixa em agosto. Em São Paulo, o IPCA-15 teve alta de 0,93%.

O IPCA-15 pesquisa gastos de famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além das cidades de Brasília e Goiânia. Ele é calculado com a mesma metodologia do IPCA, que coleta preços ao longo do mês civil. A diferença entre os dois índices está no período de coleta dos preços.