Título: Líderes em queixas
Autor: Braga, Gustavo Henrique ; Gabriel, Caprioli
Fonte: Correio Braziliense, 07/04/2011, Economia, p. 14

As operadoras de planos de saúde lideraram, em 2010, pelo 11º ano consecutivo o ranking de reclamações do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). E a má qualidade no serviço prestado não pode ser justificada pelos problemas de caixa. Presidente da Associação Médica de Brasília (AMBR), Lairson Ribeiro ponderou que o faturamento do setor chegou a R$ 70 bilhões em 2010, contra R$ 66 bilhões reservados pela União para o Sistema Único de Saúde (SUS), responsável por 70% dos atendimentos no país.

Ele lembrou que as operadoras têm, inclusive, uma dívida de cerca de R$ 400 milhões com o SUS, relativa a reembolsos de atendimentos feitos pelo sistema público a usuários da rede privada. Além disso, entre 2000 e 2010, o reajuste acumulado às mensalidades de planos autorizado pela ANS ficou em 132,9%, bem acima dos 106,33% registrados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial.

Os hospitais se queixam da demora na liberação de guias de autorização para procedimentos. Outro problema é a demora para o repasse dos recursos ao médico e ao hospital após os atendimentos. A prática é apontada como má-fé para formar capital de giro, uma vez que grandes quantias ficam meses nas mãos dos planos ¿ sem qualquer custo ¿ até serem repassadas. (GHB)