Título: Noruega pode autorizar exploração no Ártico
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Fonte: Gazeta Mercantil, 25/08/2004, Energia, p. A-8

A Noruega, terceira maior exportadora mundial de petróleo bruto, disse que estudará a possibilidade de abrir suas águas inexploradas no Oceano Ártico para aumentar as perfurações destinadas à produção de petróleo, num momento em que as reservas do Mar do Norte estão diminuindo e os preços do produto, subindo.

"Consideraremos, num futuro próximo, a possibilidade de aumentar as atividades nas áreas do norte", disse em uma entrevista coletiva em Stavanger, na Noruega, Thorhild Widvey, ministro do Petróleo e da Energia do país. Widvey, que foi nomeado ministro em junho passado, recusou-se a fornecer mais detalhes.

Os países desenvolvidos estão cada vez mais voltando suas atenções para regiões selvagens e de água profundas na tentativa de encontrar a próxima geração de reservas de petróleo, num momento em que os locais de produção conhecidos começam a se esgotar. Isso vem gerando o receio de que a poluição possa prejudicar os habitats naturais da fauna e da flora. O presidente dos EUA, George W. Bush, disse que daria permissão para a realização de perfurações na Reserva Ambiental Nacional do Ártico, no Alasca.

Em dezembro passado, a Noruega reabriu algumas partes do Mar de Barents à exploração, embora tenha proibido as perfurações na área Nordland 6, localizada mais ao sul do Mar da Noruega. O país havia interrompido as perfurações no Mar de Barents em 2001 para estudar os efeitos ambientais da prospecção. A indústria pesqueira da Noruega havia se oposto às perfurações na área devido à preocupação de que a poluição pudesse prejudicar áreas de desova dos peixes.

A Statoil, maior empresa petrolífera da Noruega, insistiu ontem para que o governo norueguês permita a realização de mais perfurações no Mar de Barents, onde está explorando a bacia de gás natural de Snohvit. A descoberta, em 1992, de petróleo na bacia de Norne, no mar da Noruega, foi a última grande descoberta de petróleo do país. A Noruega só fica atrás da Arábia Saudita e da Rússia em termos de exportação de petróleo.