Título: Brasil e China acertam...
Autor: Gisele Teixeira
Fonte: Gazeta Mercantil, 11/11/2004, Nacional, p. A-6

As relações comerciais Brasil-China chegaram a US$ 7 bilhões entre janeiro e setembro deste ano, valor superior ao total de 2003. As exportações aumentaram 29% e as importações 74%. A pauta também foi diversificada. Ferro e soja, que tradicionalmente respondiam por 80% das vendas, hoje eqüivalem a 48%, com a entrada no mercado chinês de produtos como aço, suco de laranja, óleo de soja e madeira processada.

No setor energético, os dois países assinarão memorando de cooperação industrial na área de etanol. Para o agronegócio, a boa nova é a promoção das exportações de carne de frango. Outros dois tratados envolvem as áreas judiciária ¿ um sobre extradição e outro para o combate do crime organizado ¿ e de turismo, com a oficialização do Brasil como destino autorizado, o que pode significar cerca de um milhão de turistas chineses por ano.

A visita de Hu Jintao ocorre no momento em que se comemora os 30 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China e o crescimento do intercâmbio bilateral. E é uma retribuição à ida do presidente Lula à China, em maio passado. O presidente chinês chega acompanhado por 150 empresários.

Na área privada, será oficializada a formação de uma joint-venture para fabricação de vagões ferroviários no Espírito Santo e assinado um contrato de financiamento ¿ no valor de US$ 10 milhões ¿ entre a Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar) e a China Eximibank para compra de equipamentos chineses.

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) assinará dois contratos. Um deles é um acordo de acionistas com a Yongcheng Coal & Eletricity CO para a aquisição de carvão mineral da China. O outro é com a Aluminium Corporation of China para a construção, no Pará, de uma refinaria de alumina, investimento estimado em US$ 1 bilhão.