Título: Menos estrangeiros nas universidades
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Fonte: Gazeta Mercantil, 11/11/2004, Internacional, p. A-11
O número de estudantes estrangeiros que buscam títulos acadêmicos em universidades dos Estados Unidos (EUA) caiu este ano, reforçando uma tendência que começou depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, segundo uma pesquisa divulgada ontem.
"A pesquisa confirma, como suspeitamos há algum tempo, que a maioria das principais universidades de pesquisa do país está enfrentando um declínio na participação de graduação internacional", disse Nils Hasselmo, presi-dente da Associação de Universidades Americanas. "Os maiores fatores são a política de vistos dos EUA, o aumento da competição internacional e a percepção de que os EUA já não são um país acolhedor", disse. A pesquisa não deu números brutos nem quantificou o declínio em termos absolutos.
A pesquisa, realizada por cinco organizações de educação superior lideradas pela Associação de Educadores Internacionais, descobriu que quase metade das 480 faculdades pesquisadas registrou declínio em novas adesões do exterior em comparação com o ano passado, e que somente menos de um quarto registraram aumento.
Mas entre as escolas com o maior número de participação estrangeira - cerca de duas dúzias de universidades que recebem cada uma 2,5 mil estudantes de fora -, quase dois terços registraram queda nos números, tanto de novos alunos quanto daqueles que seguem estudando.
A tendência é menos notada entre alunos de graduação. Mas, mesmo assim, entre as universidades com os maiores grupos de estudantes estrangeiros, 54% registraram queda e 32% disseram que os números subiram.
Pelo menos um dos seqüestradores de 11 de setembro entrou no país com visto de estudante. Depois disso, o Congresso ordenou a formação de um sistema computadorizado, em que todos os estudantes estrangeiros são registrados e podem ser seguidos.
Os pedidos de graduação de estudantes internacionais caíram 32% de 2003 para 2004, disse o Conselho de Escolas de Graduação neste ano. Os estudantes estrangeiros e seus dependentes levam cerca de US$ 13 bilhões por ano para a economia dos EUA.
Marlene Johnson, da Associação de Educadores Internacionais, disse que o governo Bush sabe da situação e está tentando tratar dos obstáculos que desestimulam a ida de estudantes para os EUA.
O Departamento de Segurança Interna disse neste ano que há cerca de 580 mil estudantes e 190 mil visitantes em faculdades no país. Os principais países que mandam estudantes são Coréia do Sul, Índia, China, Japão e Taiwan.
A pesquisa mostrou que estudantes chineses e coreanos parecem continuar indo aos Estados Unidos em números iguais ou maiores.
Porém, os números de estudantes da Índia, Indonésia e Arábia Saudita caíram.