Título: Restrição a crédito afeta produção industrial
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Fonte: Gazeta Mercantil, 11/11/2004, Internacional, p. A-12

O crescimento da produção industrial da China diminuiu de ritmo em outubro passado, devido às restrições ao crédito estabelecidas pelo governo do país. As limitações prejudicaram as vendas de montadoras como a General Motors Corp. As exportações chinesas também diminuíram.

A produção aumentou 15,7% em relação ao mesmo período de 2003, após crescer 16,1% em setembro, disse o Departamento Nacional de Estatística de Pequim. A produção de automóveis modelo sedã caiu 14% por cento. As exportações aumentaram 29%, na menor alta dos últimos nove meses, disse o departamento alfandegário em outro comunicado.

Os números indicam que as restrições ao crédito estabelecidas pelo primeiro-ministro chinês Wen Jiabao e a desaceleração da demanda mundial estão reduzindo o ritmo de crescimento da economia que mais se expande no mundo. Ainda assim, o crescimento da atividade industrial da China ultrapassou o de outros países asiáticos e economistas como Joseph Lau, do Credit Suisse First Boston de Hong Kong, dizem que o Banco Central do país provavelmente elevará suas taxas de juros ainda mais para conter a inflação. A produção "ainda cresce a um ritmo muito forte para que o governo possa relaxar, e esperamos que ela se desacelere ainda mais no futuro", disse Lau. O governo chinês gostaria que o crescimento da produção "se desacelerasse para, pelo menos, 12%", disse ele.

Mesmo assim, o ritmo de crescimento da produção continuaria superior ao registrado no restante da Ásia. Em setembro, a produção industrial do Japão aumentou 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

O aumento geral da produção de outubro na China, que fez o valor monetário desse indicador subir para US$ 59 bilhões no país, foi o menor desde julho passado. Naquele mês, a produção cresceu 15,5%.