Título: Países decidem cooperação na área espacial
Autor: Virgínia Silveira
Fonte: Gazeta Mercantil, 12/11/2004, Nacional, p. A-5
Os governos do Brasil e da China assinam hoje, em Brasília, protocolo complementar ao acordo de cooperação na área espacial, que estabelece as regras de comercialização das imagens do satélite CBERS-2, lançado pelos dois países em outubro de 2003. Na ocasião também será oficializada a decisão de desenvolvimento conjunto de um novo satélite, o CBERS-2B, que irá substituir o CBERS-2 até o lançamento do terceiro da série, previsto para 2008.
Os novos acordos serão assinados pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos e pelo ministro-chefe da Comissão de Ciência, Tecnologia e Indústria de Defesa Nacional (COSTIND) da China, Zhang Yunchuan. Na segunda-feira, dia 15, o presidente da China, Hu Jintao, estará em São José dos Campos para visita oficial ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O líder chinês visita também as instalações da Embraer e do Centro Técnico Aeroespacial (CTA). Desde 2003 a Embraer opera uma fábrica na China, em associação com as empresas chinesas Harbin Aircraft Industry Co e a Hafei Aviation Industry. A Embraer já vendeu 16 jatos para a China, mercado estimado em 100 aeronaves em 10 anos, avaliadas em US$ 2 bilhões.
Segundo o Inpe, o mercado de imagens de satélites de sensoriamento remoto, onde está enquadrado o CBERS, vem crescendo anualmente a uma taxa de 7,3%, devendo movimentar este ano cerca de US$ 1 bilhão. No acordo que será assinado hoje está previsto que a receita obtida com a comercialização das imagens do CBERS no mundo será dividida em partes iguais entre Brasil e China.
A construção do satélite CBERS-2B, segundo o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), Sérgio Gaudenzi, será feita para garantir que a transmissão das imagens pelo satélite não seja interrompida com o fim da vida útil do CBERS-2, em dois anos. O novo satélite deverá ser lançado em 2006. O CBERS-2B custará para o Brasil entre R$ 30 milhões e R$ 45 milhões, valor que corresponde a 30% do total a ser investido no projeto.