Título: Chineses devem participar do gasoduto Sudeste-Nordeste
Autor: Mariana Mazza
Fonte: Gazeta Mercantil, 12/11/2004, Energia, p. A-6

Ministra diz que China ofereceu o financiamento mais competitivo. A parceria com o governo chinês para a construção do gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene) deverá ser definida até a próxima terça-feira (16), quando termina a visita da comitiva chinesa no Brasil. Segundo a ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, as discussões entre a Petrobras e os chineses estão bastante avançadas e a parceria deve ser fechada em breve. "Eu acredito que o projeto do Gasene tenha todas as condições de ser desenvolvido com os chineses", afirmou Dilma, após reunião com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. Investidores japoneses também interesse em participar do projeto.

Até o momento, segundo a ministra o financiamento oferecido pela China é o mais competitivo, por apresentar taxas menores de juros no pagamento das parcelas. Dilma afirmou que a exigência dos chineses de que o governo brasileiro fosse fiador do negócio, que era tido o principal entrave na negociação, foi superada. Além disso, ela lembrou que a parceria com o governo chinês extrapola o financiamento para o Gasene, cujo custo está orçado em cerca de US$ 1 bilhão, o que pode trazer vantagens tanto para os chineses como para os brasileiros em áreas como petróleo e energia elétrica.

As negociações finais estão sendo feitas pela Petrobras, mas a ministra garantiu que algum posicionamento será tomado ainda neste mês. O Gasene permitirá a interligação das regiões Sudeste e Nordeste, o que significará um avanço efetivo no sistema de distribuição de gás natural no Brasil. A Petrobras pretende concluir as obras do gasoduto em 2006.

Tolmasquim fica

A ministra descartou a possibilidade, pelo menos por ora, de que seu secretário executivo, Maurício Tolmasquim, deixe o cargo para assumir definitivamente a presidência da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). "Não está se considerando isso agora", afirmou Dilma na frente de Tolmasquim, reiterando que o secretário acumulará os dois cargos provisoriamente e que ainda será discutido um nome para assumir a presidência da nova estatal. Com a publicação anteontem do decreto de nomeação de Amilcar Guerreiro, ex-secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, como diretor da EPE, levantou-se a hipótese de que Tolmasquim deixaria a equipe de Dilma para assumir definitivamente a presidência. "Ele (Tolmasquim) tem feito um trabalho importante como secretário executivo e, por isso, foi escalado para a missão de estruturar um órgão tão importante quanto a EPE", explicou Dilma.

Não há previsão de por quanto tempo o secretário acumulará as funções. Segundo a ministra, Tolmasquim ficará o tempo que for necessário para que a nova estatal se consolide.

Criada junto com o novo modelo do setor elétrico, a EPE terá a função de realizar as pesquisas necessárias para o desenvolvimento energético brasileiro, criando estratégias de expansão do sistema. A administração da estatal contará com quatro diretores e um presidente. Até o momento, houve apenas a definição de Tolmasquim provisoriamente como presidente e a indicação de Amilcar Guerreiro para assumir umas das vagas da diretoria da nova empresa.

kicker: Negociações são conduzidas pela Petrobras e devem ser definidas até o final do mês