Título: O ganho do BNDES passará de R$ 2 bilhões
Autor: Mônica Magnavita
Fonte: Gazeta Mercantil, 12/11/2004, Finanças & Mercados, p. B-1

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) terá um lucro recorde em 2004, superior a R$ 2 bilhões. "Será o maior lucro da história", comemorou, ontem, o presidente do banco, Carlos Lessa. Até então, o melhor resultado obtido pelo BNDES havia sido de R$ 1,37 bilhão, no ano passado. Nos nove primeiros meses de 2004, o lucro atingiu R$ 1,9 bilhão e no terceiro trimestre, R$ 500 milhões.

"Sabem como conseguimos? Não foi elevando os juros, foi baixando os juros", disse Lessa. Os números, segundo ele, refletem a política adotada pelo banco na recuperação de créditos duvidosos. Os dados oficiais serão divulgados depois da aprovação do Conselho Fiscal. Os resultados já foram encaminhados ao Conselho de Administração.

Apesar dos resultados recordes, o banco não conseguirá cumprir o orçamento previsto para este ano, de R$ 47,3 bilhões. Lessa voltou a falar sobre a carência de grandes projetos de investimentos no banco e informou que os desembolsos em 2004 atingirão, apenas, 87% do total orçado. Até outubro, conforme dados divulgados no início da semana, os desembolsos somavam R$ 31,8 bilhões. "Só agora os empresários começam a acordar, ainda que de maneira tímida, para a necessidade de investimento", disse.

Desembolsos

A última grande aprovação do banco, esta semana, foi de US$ 378 milhões destinado à construção de uma plataforma semi-submersível para produção de petróleo e gás natural, batizada de P-52. Os riscos da operação serão da Petrobras Netherlands (subsidiária da estatal brasileira na Holanda). Os recursos irão para o consórcio formado pelas empresas Fels Setal S/A e Technip Engenharia S/A, que venceram a licitação da Petrobras, em setembro de 2003.

Trata-se de uma operação direta, ou seja, sem a intermediação de agentes financeiros. Até outubro, os cinco agentes financeiros mais ativos no ranking de desembolsos do BNDES foram o Bradesco (R$ 2,3 bilhões), Banco do Brasil (R$ 2,1 bilhões), Unibanco (R$ 1,3 bilhão), Safra BM (R$ 1 bilhão) e CNH BM (R$ 917 milhões).