Título: Embarques de lácteos crescem 102% em 2004
Autor: Neila Baldi
Fonte: Gazeta Mercantil, 12/11/2004, Agribusiness, p. B-12

As exportações de lácteos dobraram entre janeiro e outubro em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando US$ 68,3 milhões (variação de 102,5%). As receitas cresceram mais que o volume, indicando que o País está comercializando produtos de maior valor agregado, além do aumento do preço do produto no mercado internacional. No acumulado do ano, as exportações totalizaram 50,3 mil toneladas, alta de 61,7% sobre o mesmo período de 2003.

Além do bom desempenho nas vendas, o País registrou ainda redução nas importações, que totalizaram US$ 69,6 milhões, ou seja, variação de 27,2% ante aos US$ 95,6 milhões adquiridos no ano passado. "Houve forte redução no déficit da balança", afirma o presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Alvim. Ele cita como exemplo do crescimento brasileiro o fato de que, em 1998, o setor era deficitário em US$ 504 milhões e, até agora, está em US$ 955,3 mil. No ano passado, o déficit registrado foi de US$ 61,7 milhões entre janeiro e outubro do ano passado.

Com base nos resultados acumulados nos primeiros dez meses de 2004, Alvim estima que ao final do ano o Brasil poderá ter a balança de lácteos superavitária. "O importante é a curva, que mostra que ano a ano o País vem se consolidando como exportador", afirma. Segundo ele, atualmente o Brasil comercializa com 40 países.

Alvim salienta o fato de o País estar vendendo produtos de valor agregado, como leite condensado, leite em pó fracionado e evaporado. No acumulado do ano, as exportações de leite em pó totalizaram US$ 52,7 milhões.

Dados referentes de outubro indicam remessas de 8,7 mil toneladas, gerando receitas de US$ 11 milhões e importações de 4,8 mil toneladas, com despesas de US$ 8 milhões. O resultado foi um superávit de US$ 3 milhões no mês passado. Assim como no acumulado no ano, em outubro o principal item de exportação foi o leite em pó, com remessas que somaram US$ 5,3 milhões.

Os principais compradores foram Argélia, Venezuela e Chile. Leite condensado foi o segundo principal produto exportado na pauta de lácteos, gerando receitas de US$ 3,8 milhões. Segundo Alvim, o Brasil tem atualmente competitividade frente a outros fortes produtores, como Austrália, Nova Zelândia e países da União Européia. Além disso, o País também está sendo beneficiado pela tendência de manutenção de preços elevados dos lácteos no mercado internacional, o que facilita as exportações e inibe importações.