Título: Pressão continuará
Autor: Braga, Gustavo Henrique
Fonte: Correio Braziliense, 08/04/2011, Economia, p. 14

Aloísio Tibiriçá Miranda, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), explicou que, depois da paralisação de ontem, o próximo passo será apresentar às operadoras as propostas da categoria para negociar o reajuste dos honorários e o fim das interferências dos planos de saúde no exercício da medicina. Os profissionais farão uma nova reunião no fim do mês, ainda sem dia definido, para avaliar a resposta das operadoras e definir o futuro do movimento. Se não houver acordo, há a possibilidade de ações mais contudentes para pressionar as prestadoras.

¿Pedimos a paciência dos beneficiários, mas essa luta é também para melhorar o atendimento que eles recebem. Vamos radicalizar, se os planos insistirem em ignorar as reivindicações. A ANS (Agência Nacional de Saúde) tem que assumir seu papel¿, cobrou Tibiriçá. Presidente da Federação Nacional dos Médicos, Cid Carvalho reforça o coro contra os planos. ¿O grau de sofrimento com abusos das operadoras chegou a um ponto que não dá mais para agüentar¿, declarou.

Além do aumento do piso mínimo por consulta ¿ de R$ 30 para R$ 60 -, os médicos exigem a definição de critérios e de periodicidade para reajustar futuros. Outro problema enfrentado pela categoria é a demora para receber os valores relativos aos procedimentos efetuados.

Em média, esse prazo é de 60 dias, isso sem contar a glosa ¿ prática comum entre os planos para recusarem o pagamento de parte ou mesmo o total das faturas apresentadas, um procedimento que irrita a categoria. ¿Sem qualquer justificativa eles pagam um valor abaixo do discriminado pelos médicos. Isso obriga os profissionais a ter muito mais trabalho para reenviar a cobrança e eleva o tempo de recebimento em mais 90 dias. Muitos desistem de ir atrás e simplesmente ficam no prejuízo¿, desabafou o presidente do Sindicato dos Médicos de Brasília, Gutemberg Fialho (GHB.

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