Título: Gol quer crescer com passageiro novo
Autor: Ariverson Feltrin
Fonte: Gazeta Mercantil, 10/11/2004, Indústria, p. A-11

Com política de preços baixos companhia quer atrair "novatos" e não tomar clientes das outras. A Gol Transportes Aéreos S.A. já no mês de janeiro pretende ter 27% de participação no mercado doméstico, cinco pontos percentuais de crescimento em relação ao seu market share de outubro. Para 2005, sua meta é chegar até 29% de participação. Para crescer a Gol conta com o cenário macroeconômico que aponta taxas positivas do Produto Interno Bruto. "O histórico mostra que o setor de aviação cresce o equivalente a duas vezes o PIB".

As armas da Gol para aumentar sua fatia (dentro de um mercado em expansão de 10%) são pelo menos três: mais oferta (de 29 aeronaves vai aumentar a frota para 31); mais rotas; e redução de margem. O objetivo não é continuar crescendo em cima da queda de share de concorrentes. "Pretendemos reduzir o preço da tarifa em dois pontos percentuais para atrair passageiros que não estão no sistema", diz Constantino de Oliveira Junior, presidente da Gol.

A empresa, terceira maior do setor em vôos domésticos, projeta fechar o ano com receita operacional líquida de R$ 1,9 bilhão, 35% superior à do ano passado, de R$ 1,4 bilhão. Segundo Constantino Junior, desde que começou em 2001, a Gol movimentou 2,4 milhões de passageiros que "estrearam" no transporte aéreo. "Isso representa 10% do que transportamos nesse período", disse.

A Gol, que ontem divulgou um lucro líquido de R$ 96,9 milhões referente ao terceiro trimestre de 2004, acumulou nos nove meses, nesse quesito, resultado de R$ 260,8 milhões (e nos últimos 12 meses o montante do lucro líquido foi de R$ 327,6 milhões).

A receita líquida do terceiro trimestre deste ano atingiu R$ 517,2 milhões, um crescimento de 28,4%. O Ebtidar (resultado operacional antes de despesas financeiras líquidas, depreciação, amortização e arrendamentos) foi de R$ 216,9 milhões, com margem de 41,9%. A taxa de ocupação da empresa no terceiro trimestre foi de 70%, a participação de mercado registrada foi de 21,5% - em julho a companhia atingiu taxa de utilização de aeronave recorde de 14,3 horas por dia.

"Apesar dos altos preços de combustível, aumentamos a receita e mantivemos elevada rentabilidade graças ao nosso sólido posicionamento competitivo junto a passageiros de negócios e turismo e da nossa estrutura de baixo custo", disse Constantino Junior.