Título: Consórcio dobra receita de exportação
Autor: Edson Álvares da Costa e Nina Hao Soares
Fonte: Gazeta Mercantil, 16/11/2004, Pequenas e Médias Empresas, p. A-14

Criação da Brazilian Health Products, pool de companhias de Ribeirão Preto, contou com apoio da Apex e do Sebrae. A BHP - Brazilian Health Products, consórcio de exportação de produtos médicos e odontológicos criado em 2002, em Ribeirão Preto, dobrará as exportações neste ano. Até setembro, dez das 15 companhias que compõem o consórcio registraram exportações conjuntas de US$ 3,8 milhões. O gerente-operacional Maurício Penha, acredita que, até o final do ano, as vendas externas ultrapassem US$ 4,4 milhões, o que representaria um salto de 100% em relação aos US$ 2,2 milhões exportados no ano passado.

Em Joinville (SC), a FGM Produtos Odontológicos, fabricante de produtos dentários como clareadores e material para acabamento e polimento, comemora crescimento de 60% por ano, estimulado pelas exportações. A receita externa responde por cerca de 8% do faturamento, de R$ 12 milhões, diz a sócia-diretora Bianca Mittelstädt.

As empresas brasileiras do setor médico, hospitalar e odontológico têm conquista espaço cada vez maior no mercado internacional. As exportações devem somar, este ano, US$ 250 milhões, prevê a Associação dos Fabricantes de Produtos Médicos e Odontológicos (Abimo), o que representa um crescimento de 12,3% em relação a 2003, que registrou US$ 222 milhões.

As empresas do consórcio BHP - Brazilian Health Products experimenta crescimento expressivo do faturamento, segundo Penha. De janeiro a setembro, a receita combinada das dez companhias foi de R$ 52,2 milhões, o que significa um aumento de 35,6% em relação ao mesmo período de 2003. Os dados comparativos são das dez empresas que estão no consórcio desde o início. Outras cinco agregaram-se ao longo do ano passado.

A criação da BHP contou com apoio da Agência de Promoção de Exportações (Apex), do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae) e do escritório regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp). O consórcio aplicou R$ 1,5 milhão na capacitação tecnológica e financeira, na participação em feiras internacionais e em apoio para trazer para Ribeirão Preto potenciais importadores e jornalistas estrangeiros de publicações especializadas no setor médico-odontológico, como forma de divulgar o produto nacional.

A JP Indústria Farmacêutica S.A. e a Olidef CZ, ambas com sede em Ribeirão Preto (SP) e participantes do consórcio, acabam de receber a marca CE, selo obrigatório para o setor médico-hospitalar exportar seus produtos à Comunidade Européia.

As empresas, da família Ali Mere, investiram R$ 1 milhão para a obtenção do selo. Foram obrigadas a contratar mão-de-obra especializada, adequar rótulos e embalagens e investir na obtenção de uma série de certificados de qualidade. A JP é fabricante de soluções parenterais e de bolsas de sangue. A Olidef CZ produz incubadoras, berços, carrinhos de emergência, compressores, entre outros produtos.

Pioneira no mercado nacional do clareador dental Whiteness, a FGM Produtos Odontológicos, conquistou o mercado internacional através de uma fórmula desenvolvida e testada em colaboração com os profissionais do curso de dentística da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A FGM cresceu a taxas superiores a 60% nos dois últimos anos. E prevê manter um ritmo acelerado de expansão, em torno de 50%, para 2005. "Este aumento virá graças à linha completa de clareadores, assepsia, acabamento e polimento, material restaurador e acessórios como verniz e condicionador ácido," afirma Bianca Mittelstädt.

Investimento em novos produtos

Criada em 1996, a FGM passou a fabricar o clareador Whiteness, hoje o carro-chefe da empresa, o que a fez ser a única competidora nacional no mercado de clareamento odontológico. Exporta para países como Espanha, Uruguai, Colômbia, Chile, Rússia, Turquia, Ucrânia, México, entre outros.

A FGM investiu em sua expansão física - ocupava 50 metros quadrados e hoje conta com 2,7 mil metros quadrados onde montou laboratórios para a produção e envase de suas novas linhas higiene oral e biossegurança. O desenvolvimento de novos produtos é uma prioridade e, em 2006, a meta é dobrar o número de itens disponíveis, chegando a 50 produtos.

No último semestre, a empresa firmou contratos de exportação para o Japão, Peru e México, o que vai elevar a participação das vendas externos no faturamento para 60%, em dois anos aproximadamente. A FGM também pretende estender sua presença em 100% do território brasileiro, com a contratação de representantes de vendas.