Título: Casseb exonerado do BB; o governo...
Autor: Janaína Leite, Sérgio Prado e Silmara Cossolino
Fonte: Gazeta Mercantil, 17/11/2004, Primeira Página, p. A1

Assim, teria de manter para si cargos considerados estratégicos ¿ caso da presidência do BB.

Na bolsa de apostas, o nome mais cotado é Nelson Rocha, presidente da Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários do Banco do Brasil, a BBDTVM. Além de profundamente ligado aos petistas, Rocha amealhou a confiança e prestígio junto ao Palácio do Planalto, pelos resultados obtidos na BBDTVM.

Rocha foi secretário do Planejamento e Gestão Ambiental de Ribeirão Preto na gestão do atual ministro da Fazenda. Ao assumir o cobiçado cargo, Palocci o trouxe para o governo federal. Rocha é formado pela Unicamp e tem pós-graduação em macroeconomia na PUC de São Paulo. Trabalhou também na formação e implantação do Banco Votorantim.

Fazendo ouvidos moucos à boataria, Palocci negou influências político-partidárias na saída de Casseb. A decisão foi atribuída pelo ministro ao próprio ex-presidente do BB, que teria combinado com o governo permanência máxima de dois anos à frente do Banco do Brasil.

O ministro da Fazenda elogiou a atuação de Casseb como presidente do BB, maior instituição financeira do Brasil. "Os dados de valorização do banco mostram que o trabalho de Cássio foi importante", disse o ministro. No início de 2002, quando Casseb assumiu o cargo, o lote de ações do Banco do Brasil estava cotado a cerca de R$ 8. Hoje, chega a mais ou menos R$ 32.

Casseb, tido como alinhado com os tucanos, saiu da presidência do BB como entrou ¿ sem declarações bombásticas e de aparente bom humor. "Se eu não falei durante dois anos, não é agora que eu vou falar. Mas sentirei saudades da lojinha", brincou ele, referindo-se ao Banco do Brasil. Casseb, durante sua permanência no leme do BB, foi alvo de denúncias de favorecimento aos petistas e de evasão de divisas.

Na vice-presidência ocupada por Rossano Maranhão, fica Francisco Lima Neto, atual diretor da área comercial. O presidente interino do BB enfrentará seu primeiro desafio público no próximo dia 25, quando está marcada a divulgação do balanço trimestral da instituição. "Não tenho a menor preocupação com o tempo que vou ficar no comando do BB. Meu trabalho é dar continuidade ao que o banco vem realizando", afirmou Maranhão Pinto.