Título: BNDES inicia programa...
Autor: Mônica Magnavita
Fonte: Gazeta Mercantil, 17/11/2004, Primeira Página, p. A1

Palmeira evitou entrar em detalhes sobre as negociações com os grupos interessados na linha de capitalização para fusão e aquisição. "Não é idéia do BNDES escolher os noivos para se casar. A idéia é que os noivos namorem e caso decidam se casar procurem o BNDES como padrinho financeiro", disse, completando: "O objetivo é tornar as empresas robustas."

Atualmente, o Profarma tem em carteira (a soma de volume de cartas consultas, enquadramentos e análises) 18 projetos do setor farmacêutico que somam R$ 780 milhões. Desse total, o banco poderá financiar R$ 430 milhões. Segundo Palmeira, dois deles já estão em fase adiantada e serão encaminhados à diretoria para avaliação. Os dois somam R$ 140 milhões, mas a participação do banco será de R$ 40 milhões. Um é de expansão da produção. O outro, pesquisa e desenvolvimento, para o qual o banco terá condições especiais de crédito, como prazo de 12 anos e taxas fixas de 6% ao ano.

No caso da Libbs, a empresa produz 60% de seus princípios ativos. Com essa estratégia, busca reduzir a dependência do fornecimento externo desenvolvendo pesquisa e inovação tecnológica. O faturamento do setor farmoquímico no Brasil foi de R$ 1,3 bilhão em 2003, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas especialidades (Abifina). O País possui ainda poucos fabricantes de matérias-primas farmacêuticas produzindo cerca de 20% das necessidades. Os 80% são importados. O contrato com a Libbs foi assinado ontem pelo presidente do BNDES, Carlos Lessa, o diretor Fábio Erber e o presidente da empresa, Alcebíades de Mendonça Athayde.

No final da semana passada, voltaram a circular especulações sobre a saída de Lessa da presidência do BNDES. Na sexta-feira, informações de Brasília davam conta de que os ataques de Lessa ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, teriam elevado a tensão entre a equipe do banco e a ala econômica do governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, negou a demissão. Mas a queda de braço entre os desenvolvimentistas do banco e a equipe da Fazenda, acirrada depois da proposta do ministro Antônio Palocci de reduzir gradualmente os chamados créditos direcionados, o que afetaria diretamente o BNDES, continua. A possível troca virá, segundo envolvidos, no processo de redefinição política.