Título: Perto vai fornecer 2,5 mil terminais ATM para o BB
Autor: Ana Carolina Saito
Fonte: Gazeta Mercantil, 17/11/2004, telecomunicações & Informática, p. A10

A Perto S/A Periféricos para Automação já garantiu mais de 40% do faturamento de R$ 120 milhões previsto para o próximo ano. A empresa gaúcha acaba de fechar um dos maiores negócios no setor de automação bancária de 2004. A Perto venceu a licitação realizada pelo Banco do Brasil (BB) para a venda de 2.500 terminais eletrônicos de auto-atendimento (ATMs). "É um dos maiores contratos do ano em volume e investimentos. O mercado em 2004 não foi de muitos negócios. O bancos procuraram investir em outras áreas", afirmou Nori Lermen, diretor comercial da Perto.

A transação, de quase R$ 50 milhões, envolve cash dispensers, terminais para impressão de folhas avulsas de cheques e ATMs completos que devem ser instalados até novembro de 2005. O contrato pode ser ampliado em 25%, informou Lermen. "Os equipamentos trazem a nova padronização do BB e serão instalados no Brasil inteiro, do Amapá ao Sul do País", disse o diretor. Além da Perto, participaram do processo de licitação a Diebold Procomp e a Itautec.

Após a entrega, a Perto ampliará sua base de ATMs no BB. O banco terá mais de 6.500 equipamentos da Perto, que representarão 20% do parque do BB. Em outubro, a Perto já havia fechado um aditivo contratual com o banco, referente à licitação de 2003, para a venda de 446 ATMs, no valor de R$ 11 milhões.

Os equipamentos de auto-atendimento bancário da empresa também estão em agências do Bradesco, Unibanco, ABN Real, BCN, Nossa Caixa, Banrisul e Caixa Econômica Federal (CEF). Ao todo, são 10,1 mil unidades instaladas no Brasil. Em 2005, a previsão é superar 13 mil terminais. O País possui hoje cerca de 130 mil ATMs. As empresas do setor estimam um crescimento de 8% no próximo ano, segundo Lermen. "Hoje, desses 130 mil equipamentos, de 40% a 45% pertencem ao BB e à CEF. Os investimentos das estatais são sempre significativos", disse Lermen.

Os bancos estaduais e federais garantem metade da receita da Perto. No ano passado, a empresa registrou faturamento 80% superior ao de 2002, atingindo R$ 91 milhões. Para 2004, projeta expansão de 20%. A aposta da empresa são os equipamentos multifuncionais. "A demanda aumenta de três maneiras: com a substituição de equipamentos, o crescimento da base e novos mercados em que os fabricantes criam produtos", afirmou.

A fabricante, com sede em Gravataí (RS), está há 18 anos no mercado. Até 2000, a Perto atuava na área de automação comercial e na produção de mecanismos dispensadores e depositários, integrantes de equipamentos de auto-atendimento bancário - presentes em cerca de 60% da base de ATMs do Brasil.

Há quatro anos, a Perto iniciou a fabricação de ATMs e decidiu apostar também nas exportações. Os produtos da empresa já foram vendidos para 22 países, como Estados Unidos, Índia, Alemanha, Portugal, Finlândia, Espanha e Argentina. "São projetos com equipamentos instalados em diversos países, mas não são grandes volumes", disse. Nos últimos três anos, as vendas externas somaram quase US$ 9 milhões. Por enquanto, as exportações representam 8% das vendas da Perto. A meta é que esse percentual salte para 20% até o final de 2006. "O modelo brasileiro permite trabalharmos com custos inferiores aos dos Estados Unidos e da Europa. Aqui, um ATM sai por US$ 8 mil e, lá fora, por US$ 12 mil", afirmou Lermen. Recentemente, a Perto exportou para a Costa Rica, Grécia, Irã e Egito. A empresa negocia ainda com bancos do Equador, Bolívia, Canadá e México. "Na Índia, já temos 100 equipamentos", afirmou o diretor da Perto, que já está de olho também nos mercados da China e África do Sul.

kicker: Contrato, de cerca de R$ 50 milhões, garante 40% da receita da fabricante no próximo ano