Título: Pioram expectativas de inflação e juros básicos
Autor: Janaína Leite
Fonte: Gazeta Mercantil, 17/11/2004, Finanças & Mercados, p. B1
Inflação em alta e taxa de juros mais salgadas são as apostas do mercado financeiro para o final deste ano. A conclusão consta de pesquisa semanal realizada pelo Banco Central (BC) com instituições financeiras. Divulgado ontem, primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em que será definida a nova taxa Selic, o levantamento aponta para taxas de juros básicos iguais a 17,5% ao ano em 31 de dezembro próximo. Há um mês, a previsão era de 17% ao ano.
Já a previsão dos analistas ouvidos pelo BC quanto à Selic para 2005 tem se mantido constante nas últimas quatro semanas. Para o final do ano que vem, a previsão do mercado é de que os juros básicos fechem o ano em 15,5%. A Selic média em 2005, segundo a pesquisa, seria de 16,6%.
Quanto à inflação, as projeções do mercado são de que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) termine 2004 em 7,19%. Há um mês, a previsão era de um IPCA de 7,16%. A piora de expectativa ocorreu na esteira das previsões em relação aos preços administrados. O mercado continua firme na convicção de que a Petrobras terá de reajustar novamente seus preços. Tanto que, em quatro semanas, as estimativas de alta dos preços geridos pelo governo passaram de 8,6% para 8,76%.
Em contrapartida, o aquecimento da indústria resultou em um ajuste para cima da expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma das riquezas produzidas pelo país em um determinado período). A previsão, que era uma expansão de 4,53% há um mês, agora ficou em crescimento de 4,6%.
Na mesma direção, ainda entusiasmados com os anúncios de parceria com os chineses, os economistas revisaram suas previsões para a entrada de investimento estrangeiro direto no Brasil. Acreditam que deverá somar US$ 15,5 bilhões até o fim de 2004, o que representa US$ 500 milhões a mais do que o esperado no mês de outubro.