Título: Chegada da Petrobras deve acelerar expansão da Gasmig
Autor: Karlon Aredes
Fonte: Gazeta Mercantil, 26/08/2004, Energia, p. A-8

Meta da empresa é passar dos atuais 250 para 14 mil clientes até 2010. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Petrobras já fazem planos futuros para a controlada Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig). Até 2010, os sócios esperam atingir 14 mil clientes em Minas Gerais - hoje são apenas 250 - e ampliar o faturamento anual dos atuais R$ 462 milhões para R$ 1,22 bilhão. O governo de Minas Gerais, controlador das empresas mineiras, e a Petrobras assinaram ontem em Belo Horizonte acordo para viabilizar a participação de 40% da Gaspetro, subsidiária da Petrobras, no capital da distribuidora de gás, controlada pela Cemig.

O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, disse que foi encerrado um "namoro" que durava 11 anos. "Hoje (ontem) celebramos o noivado e cabe à Assembléia Legislativa de Minas Gerais autorizar o casamento", disse. Na solenidade de assinatura do acordo, o governador de Minas, Aécio Neves, entregou ao presidente da Assembléia, Mauri Torres, o projeto de lei para permitir o ingresso da Gaspetro no capital da Gasmig. Além dessa autorização, o negócio ainda vai passar por avaliação do Cade e da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

O valor total pago pela Petrobras é de R$ 144 milhões. O objetivo da parceria é incrementar os investimentos para desenvolver e expandir a rede de gasodutos para transporte e distribuição em Minas. Serão investidos R$ 1,4 bilhão para aumentar a oferta de gás no estado dos atuais 3,5 milhões de m³ por dia para 4,5 milhões em 2006 e 11,1 milhões em 2023. Serão construídos cerca de mil quilômetros de linhas de gasodutos de transporte e distribuição para as regiões Sul, Triângulo Mineiro e Vale do Aço.

Economia de energia

Segundo o novo plano diretor da Gasmig, os mercados a serem atendidos em 2023, segmentados de acordo com a utilização do gás natural, são industrial (5 milhões de m³/dia), geração térmica (1,6 milhão), cogeração (0,9 milhão), Gás Natural Comprimido (0,1 milhão) e uma planta de fertilizantes (2 milhões). A expectativa do governo mineiro é que já em 2010 o gás gere uma economia de energia substancial para a Cemig. "O gás já tem uma forte demanda em boa parte do Estado, mas a sua pouca disponibilidade era um grande gargalo, pois impedia que empresas mineiras tivessem o mesmo nível de competitividade das empresas instaladas em outros estados, como São Paulo", disse o governador Aécio Neves.

José Eduardo Dutra informou que até o ano de 2010 o gás poderá significar algo em torno de 14% da oferta de energia no País. A partir de 2004, ele acredita em um crescimento sustentável no consumo de 14% ao ano. "A estratégia da Petrobras é participar de diversas empresas de distribuição de gás no País", disse. O executivo informou ainda que brevemente o País atingirá o consumo de 24 milhões de m³ de gás ao dia, volume comprado da Bolívia. Hoje, apesar de adquirir essa quantidade do país vizinho, apenas 18 milhões de m³ são consumidos diariamente.