Título: Empresas pedem isenção de imposto sobre investimento
Autor: Sérgio Prado e Sérgio Pardellas
Fonte: Gazeta Mercantil, 18/11/2004, Primeira página, p. A1

Palocci responde: esperem até a votação da reforma. A iniciativa privada amplia o lobby pela aprovação da reforma tributária no Congresso. Desponta como principal demanda dos empresários a isenção total de impostos sobre investimentos. Ontem, em Brasília, representantes da indústria, comércio, bancos, agricultura e transporte fizeram um seminário com o objetivo de forçar a votação do projeto, que está parado na Câmara dos Deputados.

Os empresários estão convencidos de que o momento é propício para retomar o debate, pois a economia está em recuperação. Eles alegam que a ampliação do crescimento da produção e do emprego depende da redução de tributos. Hoje, mesmo antes de abrir as portas, uma empresa de qualquer ramo começa a ser penalizada com a carga tributária, que vai parar no preço dos produtos e quem paga é o consumidor final.

Os empresários ouviram do ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, que o Executivo vai se empenhar em convencer as bancadas a apressar a tramitação da proposta. "O governo colocará toda sua força na votação da reforma", disse ele.

O homem forte da economia de Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ainda que serão aprovadas de imediato as leis de Falências e da Parceria Público-Privadas (PPP), que estão na agenda do governo no Legislativo. "Estamos muito perto de votar", disse Palocci, ao sair da conversa, que reuniu, além de empresários, lideranças políticas do Legislativo e os governadores Aécio Neves (MG) e Germano Rigotto (RS).

O discurso de Palocci foi acompanhado pelo relator da reforma na Câmara, deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), para quem a unificação do ICMS será aprovada até dezembro. "A reforma não está atrasada. Uma mudança tão complicada como essa não pode ser feita no afogadilho. Mas acredito que até dezembro resolvemos."

O empresário Jorge Gerdau Johannpeter, coordenador da Ação Empresarial, que congrega todas as confederações do empresariado, afirmou depois que está satisfeito com a posição de Palocci. "Se quisermos manter o crescimento, não temos outra saída que não seja aprovar a reforma tributária", argumentou. "Temos uma estrutura medieval, que cobra impostos antes de produzir", reclama o dono do Grupo Gerdau.