Título: Indústria e comércio reagem
Autor: Jiane Carvalho
Fonte: Gazeta Mercantil, 18/11/2004, Finanças & Mercados, p. B1

Indústria e comércio, como se esperava, reagiram com preocupação ao novo aumento da Selic. "A decisão do Copom, mais uma vez, frustra a sociedade O aumento da Selic mantém os juros básicos do País em um dos mais altos patamares de todo o mundo. A única alternativa coerente é o controle de gastos do governo. Analisando dados do tesouro nacional, de janeiro a setembro de 2004, a receita aumentou 10,6% acima da inflação e as despesas cresceram 12,6%. É preciso mais controle fiscal, menos alta de juros", disse em nota o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf.

"A Confederação Nacional da Indústria não vê ameaças à estabilidade da inflação por meio de um excesso de demanda. Entende que a recuperação da demanda é importante para solidificar a confiança necessária para alavancar o investimento produtivo", afirmou, em nota, o presidente Armando Monteiro Neto. "A alta em seqüência dos juros pode comprometer esse ambiente com impacto negativo para o crescimento".

"O setor empresarial é o primeiro a defender o controle da inflação", diz nota da Associação Brasileira das Indústrias de Base (Abdib). Afirma ainda que "os últimos indicadores do nível de produção e de utilização da capacidade instalada denotam que a economia cresce, mas não evidenciam que há espaço para descontrole de preços. Diversos segmentos ainda têm folga para ampliar a produção, enquanto aqueles que estão próximos da saturação já colocaram em prática projetos de investimentos que visam ampliar a oferta".

A Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio) também desaprova o aumento. "Continuamos acreditando que nenhum aumento de juros se justifica num país em que as taxas já são tão altas e que precisa, urgentemente, de investimentos para ampliar a produção e gerar empregos", afirma Abram Szajman, presidente da entidade