Título: Real deverá encerrar 2004 com faturamento acima de R$ 2 bilhões
Autor: (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(
Fonte: Gazeta Mercantil, 18/11/2004, Finanças & Mercados, p. B2
A Real Seguros, do grupo ABN Amro, deverá encerrar 2004 pouco acima do orçamento previsto, com faturamento de R$ 2 bilhões. Em resultado, o grupo pretende cumprir a meta de R$ 76 milhões. "O que nos preocupa é o aumento dos custos de indenização da carteira de automóveis no final do ano, mas acreditamos que cumpriremos o previsto", disse Maurício Accioly, presidente da Real Seguros.
Segundo Accioly, que não faz qualquer comentário sobre as negociações de venda da seguradora orquestradas pelo banco nos Estados Unidos, a Real registrou até setembro um desempenho acima do mercado. Enquanto as vendas de seguro de carro subiram 15% no acumulado do setor, a Real registrou incremento de 24%, para R$ 476 milhões. Em seguro de vida o setor registrou R$ 5,1 bilhões de janeiro a setembro deste ano, alta de 14,2%, e a Real cresceu 27%, para R$ 178 milhões.
Em previdência, o desempenho da Real está abaixo do setor, mas deverá ter forte incremento em novembro e dezembro, tradicionalmente os melhores meses do ano para a companhia. Enquanto o setor registrou alta de 33%, a Real acumulou crescimento de 16,5% até setembro. Para ele, a grande revelação do ano ficou por conta da previdência, com as novas regras tributárias. "O governo separou bem os investimentos de curto, médio e longo prazos. Isso vai favorecer muito a previdência em 2005", disse o executivo.
Capitalização bate metas
A capitalização foi um dos destaques do grupo em vendas. Segundo Patricia Feltrin, diretora de capitalização da Real, a meta era crescer de R$ 201 milhões para R$ 264 milhões, evolução de 30%. "Até outubro já crescemos 38%", disse. Em relação ao lucro, os dois últimos meses do ano terão um peso expressivo. O alvo é R$ 30 milhões. "Até outubro nosso resultado foi de R$ 14 milhões. Concentramos nossa campanha no segun-do semestre, o que leva a contabilizar boa parte do lucro nos últimos meses", disse.
A campanha 2004 de capitalização focou basicamente dois produtos. O Real Cap 25, que se propõem a sortear um carro por dia no valor de R$ 25 mil, com parcelas mensais de R$ 25 por 25 meses. Como o apelo desse produto é a premiação, o titular receberá menos do que o valor pago, resgatando R$ 500 no final do período. "A nossa meta era vender toda a série de 500 mil títulos. Até outubro vendemos 499.618", disse.
A meta do Real Cap Sonhos, com pagamento único, era R$ 50 milhões. Vendeu 250 mil títulos, numa média de R$ 200 cada um, totalizando R$ 48,5 milhões. Nesse produto, o cliente é quem diz o valor do sonho, que pode ser entre R$ 20 mil a R$ 2 milhões.
Um dos pontos que ajudou nas vendas de capitalização neste ano foi a diversificação de canais. "Vendemos pela internet, por mala direta, telemarketing, e também pelo disque Real", comentou. Em 2005, Patrícia prevê alta de 20% nas vendas, acima dos 12% estimados para o setor. "Lançaremos um produto com prazo mais longo e que dará ao titular a flexibilidade de escolher o valor. A fórmula do cliente dimensionar o tamanho do sonho deu certo, pois sem investimentos em divulgação cumprimos a nossa meta", disse. O lançamento de produtos no Sudameris, adquirido pelo ABN, também incrementará as vendas em 2005. "Vendemos 120 mil títulos no Suda-meris, com 300 agências, o que mostra que é um produto dentro do perfil do cliente. Por isso lançaremos o Cap 25 e o Cap Sonhos no Sudameris", disse.