Título: IPC da Fipe aumenta 0,68% na segunda quadrissemana do mês
Autor: Viviane Monteiro
Fonte: Gazeta Mercantil, 19/11/2004, Nacional, p. A5
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe/USP) subiu 0,68% na segunda quadrissemana de novembro, ante a variação positiva de 0,65% registrada da semana anterior. No mesmo período do mês de outubro, o índice registrava alta de 0,38%. O IPC da Fipe mede a variação dos preços no município de São Paulo entre famílias com renda de até 20 salários mínimos.
Dos sete grupos pesquisados pela Fipe, apenas dois registraram preços acima dos apurados na semana passada. Liderando o avanço está o grupo transportes, sua taxa de inflação acelerou da alta de 1,58% para 1,72% nesta quadrissemana, e o grupo despesas pessoais, de aumento de 0,44% para 0,71% nesta prévia.
Só dois grupos desaceleraram
Em direção oposta, estão dois grupos: alimentação que desacelerou da alta de 0,17% para elevação de 0,07% nesta prévia. O grupo vestuário também registrou recuo nesta quadrissemana, de um aumento de 0,84% para alta de 0,76%. Os três grupos restantes mantiveram-se estáveis: habitação com alta 0,71%; saúde com variação positiva de 0,42% e educação com inflação de 0,07%.
Na segunda prévia do mês de outubro, os grupos indicavam as seguintes variações: habitação subia 0,56%; alimentação tinha deflação de 0,11%; transportes apresentava alta de 0,64%; despesas pessoais avançava 0,25%; saúde registrava alta de 0,48%; vestuário indicava variação positiva de 0,93% e educação subia 0,07%.
Inflação deve desacelerar
Embora o IPC da Fipe tenha acelerado na segunda quadrissemana de novembro, o indicador deve recuar e fechar o mês de novembro em 0,60%. A estimativa é do economista do Banco Espírito Santo (BES), Flavio Serrano. Ele ressalta que o percentual ficou acima de sua projeção, que era de 0,63%, mas "dentro de suas expectativas". Segundo o economista do BES, "a tendência é de desaceleração, porque a pressão dos preços administrados, como telefonia-fixa, água e esgoto tende a perder força até o final do mês".
Serrano disse que o resultado divulgado ontem ainda reflete alguns resíduos dos reajustes feitos ainda em setembro, que pressionaram mais em outubro. Já o reajuste da anti-penúltima parcela da correção das contas da telefonia, ocasionada pela troca dos índices de reajuste, dado no início de novembro, deve pressionar o IPC-Fipe com maior intensidade apenas no próximo mês.
Por conta da metodologia da Fipe, os combustíveis, que receberam reajustes em outubro, devem continuar pressionado fortemente o IPC da Fipe de novembro. A estimativa do economista é de um impacto total de 0,12 ponto percentual sobre o índice cheio. Já o conjunto dos alimentos deve continuar com patamares baixos, em razão do período sazonal.