Título: PF prende envolvidos em desvio de R$ 31,6 milhões
Autor: Hugo Marques
Fonte: Gazeta Mercantil, 19/11/2004, Legiaslação, p. A8

A população de Boa Vista (RR) voltou ontem a cantar o Hino Nacional na frente da Superintendência da Polícia Federal, após as prisões de dois ex-secretários de Fazenda do Estado, um ex-secretário do Tesouro e quatro empresários envolvidos com o esquema dos "gafanhotos", que "comia" parte do dinheiro da folha de pagamentos. Agora, a PF vai aprofundar as investigações sobre eventual participação do ex-governador Flamarion Portela no esquema. A Operação Faraó é a continuação da Operação Praga do Egito que prendeu 56 pessoas, inclusive o ex-governador Neudo Campos. Faraó é uma alusão ao empresário Oscar Maggi, um dos donos da empresa Norte Serviços de Arrecadação e Pagamentos (NSAP), que fazia os pagamentos do funcionalismo público do estado e desviava parte do dinheiro. A quadrilha desviou pelo menos R$ 31,6 milhões.

Junto com Maggi, a PF prendeu os ex-secretários de Fazenda Roberto Leonel Vieira e Jorci Mendes de Almeida. Os dois trabalharam na gestão Neudo Campos. Jorci continuou como secretário na gestão Flamarion Portela, mas foi afastado pelo ex-governador após deflagrada a Praga do Egito. Também foi preso o ex-secretário do Tesouro Jander Guerreiro. A Secretaria de Fazenda autorizava a NSAP a movimentar dinheiro público sem prestar contas e sem fiscalização do estado, recorrendo a servidores fantasmas para desviar o dinheiro.

"Jorci e Roberto propiciaram que o dinheiro fosse manipulado pela empresa NSAP. Todas as pessoas presas na Operação Praga do Egito apontaram para as que estão sendo presas agora", explica o superintendente da PF, José Francisco Mallmann. Foram presos os sócios de Maggi, Edson Hispagnol, Humberto Pereira da Silva Filho e Wanderlan Oliveira do Nascimento.