Título: Emprego registra 5ª alta consecutiva e salários sobem
Autor: Viviane Monteiro
Fonte: Gazeta Mercantil, 19/11/2004, Indústria & Serviços, p. A13

O emprego da indústria nacional, que vem crescendo desde abril, manteve a trajetória em setembro. No mês, cresceu 1% em relação a agosto, na série livre de influências sazonais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento em todas as bases de comparação sinaliza uma tendência de recuperação dos postos de trabalho na indústria. Sobre o mesmo mês de 2003, o emprego no setor subiu 3,5%.

Nos primeiros nove meses do ano, o emprego acumula alta de 1,1%. E nos últimos doze meses, a alta é de 0,3%, sendo a primeira taxa positiva da série histórica, iniciada em dezembro de 2002.

O crescimento do emprego na indústria nacional observado no mês de setembro atingiu 13 locais e 14 atividades. As maiores contribuições para a formação do índice partiram de São Paulo, que registrou um aumento de 2,2% e Minas Gerais, com 7,4%.

Segundo dados do IBGE, a indústria paulista, que teve alta no emprego em 13 setores, foi beneficiada, sobretudo, pelos setores de máquinas e equipamentos, com aumento de 24,3%, e de alimentos e bebidas, com avanço de 7,8%. Em Minas Gerais, o aumento das contratações atingiu 16 ramos, com destaque para máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações, com alta de 30,1% e alimentos e bebidas, 4,7%.

Na ponta contrária, o Rio de Janeiro foi o único estado a apresentar queda no emprego industrial, de 2,0%. As principais influências foram da indústria de alimentos e bebidas, que eliminaram 14,5% o número de trabalhadores, e produtos de metal, que reduziu 21,9%.

Quanto ao desempenho dos setores, em nível nacional, segundo o IBGE, as principais contribuições positivas vieram do ramo de máquinas e equipamentos, que aumentou em 16,5% o número de trabalhadores, e meios de transporte, com alta de 11,2%.

Em relação à renda do trabalhador, após dois meses seguidos em queda, a folha de pagamento voltou a crescer (0,3%) entre agosto e setembro, na série livre de influências. Em setembro, a renda aumentou em todas as bases de comparação. Em relação a setembro de 2003, a expansão chegou a 10,2%.

Segundo o IBGE, o salário pago pela indústria encerrou o terceiro trimestre com alta de 9,3% em relação a igual período do ano anterior. E de janeiro a setembro, acumulou alta de 9,2% e nos últimos doze meses, 6,4%. No que diz respeito à folha de pagamento média, as taxas continuam positivas: aumento de 6,5% em relação a setembro de 2003; 8,0% no acumulado no ano e 6,2% nos últimos doze meses.

A indústria de São Paulo, com aumento de 11,7%, respondeu, mais uma vez, pelo maior impacto na formação do índice nacional. As influências vieram, sobretudo, do crescimento observado em 15 atividades na região, com destaque para máquinas e equipamentos, com alta acentuada de 53,3%; meios de transporte, 23,7%, e alimentos e bebidas, 18,9%.

A maior taxa foi observada na indústria mineira, com alta de 14,5%, influenciada, principalmente, pelos produtos de metal, com alta de 49,4%; metalurgia básica, 15,9%, e produtos químicos (37,7%).

Entre os 16 setores com aumento da renda do trabalhador em setembro, se destacaram os de máquinas e equipamentos (34,0%), meios de transporte (22,0%) e alimentos e bebidas (8,2%). No mês, o total de horas pagas aos trabalhadores da indústria também cresceu, registrando 1,3% em relação a agosto, já descontado o efeito sazonal. Na comparação com setembro de 2003, houve crescimento de 3,4%.