Título: Ferrugem da soja chega ao Maranhão
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Fonte: Gazeta Mercantil, 19/11/2004, Agribusiness, p. B12
A ferrugem asiática da soja chegou ao Maranhão, quinto Estado brasileiro atingido pela doença na nova safra, e produtores na região de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, já estão preparando a primeira aplicação de fungicida do ano.
O Centro Nacional de Pesquisa de Soja (CNPS), órgão da Embrapa, informou ontem que foi constatada ferrugem em plantas de soja no município de Balsas, importante área de produção no Maranhão.
Outros focos da doença, que é altamente contagiosa e pode comprometer seriamente a produtividade da soja, foram detectados no Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Goiás. "Todos os casos ainda são em áreas de teste ou em soja voluntária (que germinou e cresceu a partir de grãos que caíram no solo durante a última colheita). Ainda não há casos em lavouras comerciais", disse a fitopatologista Cláudia Godoy, do CNPS em Londrina.
A doença também foi detectada em outros três municípios do Rio Grande do Sul, segundo a Universidade Federal de Santa Maria (RS), elevando para cinco os municípios atingidos no Estado.
Fungo avança nos EUA
A ferrugem asiática da soja, detectada em cinco campos da Louisiana e em um no Mississipi na semana passada, também apareceu em amostras de um lote para teste na Universidade da Flórida, informou o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda).
O Usda informou no seu site que o Laboratório Nacional de Germoplasma de Plantas e Biotecnologia, de Beltsville, no estado de Maryland, confirmou a presença da ferrugem da soja em amostras de folhas da Flórida. A safra americana estava avaliada em US$ 17,8 bilhões em 2003. Os preços da soja sofreram pouca alteração depois de subir por quatro pregões consecutivos.
As descobertas são as primeiras ocorrências da ferrugem asiática na América do Norte, e patologistas disseram acreditar que o furacão Ivan, que assolou a Flórida em meados de setembro, é responsável pelo alastramento da doença a partir da América do Sul.
A soja é a segunda maior lavoura dos EUA depois do milho, que foi avaliado em US$ 24,8 bilhões no ano passado, segundo dados do governo. O fungo terá pouco efeito este ano, porque a safra já foi colhida. Tampouco terá impacto nas exportações, anunciou o Usda.