Título: Desocupação tem a terceira queda consecutiva em julho
Autor: Cristina Borges Guimarães e Viviane Monteiro
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/08/2004, Nacional, p. A-4

Rendimento médio real registra a primeira alta desde março de 2003. A taxa de desocupação registrou em julho a terceira queda consecutiva, de 11,7%, no mês anterior, para 11,2%, e a população ocupada nas seis áreas pesquisadas - São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre - aumentou em 179 mil pessoas, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada ontem. Em relação a julho de 2003, o rendimento médio real cresceu 2% para R$ 901,20, a primeira alta nessa base de comparação, desde março de 2003.

O IBGE revelou que no mês passado havia 2,4 milhões de pessoas desocupadas nas seis regiões investigadas. A População Economicamente Ativa (PEA), foi estimada, no mês de julho, em 21,5 milhões de pessoas, uma estabilidade em relação ao mês anterior. Já frente a julho de 2003, o instituto apurou uma alta de 2,4%.

Em julho havia 19,1 milhões de pessoas ocupadas nas seis áreas investigadas, uma alta de 0,9% em relação a junho e de 4,3% sobre julho de 2003. Os homens representavam 56,5% dos ocupados, e as mulheres, 43,5%. A distribuição etária da PEA mostrou que 0,5% do total dos ocupados estava na faixa de 10 a 14 anos de idade; 2,1%, de 15 a 17 anos; 16,7%, de 18 a 24 anos; 62,8%, de 25 a 49 anos e 17,9%, de 50 anos ou mais.

Segundo o IBGE, na comparação entre julho e junho, houve alta de 0,4% no contingente de ocupados no setor privado, com carteira de trabalho assinada, que representam 38,9% da população ocupada (PO). Em relação a julho de 2003, houve aumento de 2,4% nesse segmento. Entre os sem carteira assinada no setor privado, que representam 15,9% da PO, houve estabilidade, na comparação mensal, e em relação a julho do ano passado, houve aumento de 9,6%. Já o número de trabalhadores por conta própria, que representam 20,1% da PO, subiu nas duas bases de comparação: em relação a junho, aumentou 2,7% e, 3,7% frente a julho de 2003. Estimado em R$ 714,70, o rendimento dos trabalhadores por conta própria cresceu 2,9% na comparação mensal e caiu 2,4% em relação a julho de 2003.

Entre os empregados com carteira assinada no setor privado, o rendimento ficou praticamente estável em relação a junho, subindo apenas 0,3% para R$ 935,20. Na comparação com julho de 2003, houve aumento de 2,9%. Para os empregados sem carteira de trabalho assinada no setor privado, o rendimento caiu 4,2% para R$ 572,90 na comparação mensal e subiu 1,1% na comparação anual. Estimado em R$ 714,70, o rendimento dos trabalhadores por conta própria cresceu 2,9% na comparação mensal e caiu 2,4% em relação a julho de 2003.

Entre as seis regiões pesquisadas pelo IBGE, houve variação significativa na taxa de desocupação de julho ante junho apenas na região metropolitana do Rio de Janeiro, de 8,9% para 8,1%. Em São Paulo, houve ligeira baixa de 13,3% para 12,5% e em Porto Alegre de 9,5% para 8,9%. Em Salvador, a taxa foi de 14,9% em junho e julho. Suaves altas foram registradas no Recife, de 12,8% para 13,4% e em Belo Horizonte, de 10,5% para 10,7%.