Título: Proposta de taxar veículos
Autor: Rothenburg, Denise
Fonte: Correio Braziliense, 11/04/2011, Economia, p. 9

O consumidor pode preparar novamente o bolso. Na capital chinesa desde sábado, o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, deu pistas de que o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empréstimos de pessoas físicas pode não ser o único a sair da lavra do governo este ano. Também está em gestação dentro do Poder Executivo o estabelecimento de diversos fundos setoriais ¿ ciência, tecnologia e inovação, sistema financeiro, construção civil ¿ e suas respectivas fontes de financiamento.

Para bancar o fundo de pesquisa automotiva, Mercadante falou na criação de ¿soluções fiscais¿ para importação de automóveis. ¿Podemos tributar todo automóvel que não seja bicombustível ou etanol¿, avisou o ministro, ao citar uma hipótese de provisão de capital para estudos nas áreas de resistência de motores e eficiência do etanol.

Mercadante criticou o Legislativo por ter tentado realizar cortes em sua pasta e elogiou a decisão da presidente Dilma Rousseff de elevar em R$ 2 bilhões o Orçamento da Finep (Financiamento de Estudos e Projetos). Ele disse que o Brasil deve se espelhar na experiência chinesa. ¿Um olhar aprofundado para a China talvez ajude a gente a não se acomodar na economia do conhecimento natural, ou seja, uma economia fortemente produtora de commodities (minérios e produtos in natura)¿, diz, para, em seguida, comparar os preços dos contêineres de semicondutores com os de produtos in natura: ¿Um contêiner de semicondutores representa US$ 850 mil. Precisamos de 21,5 mil toneladas de minério de ferro para obter o ganho de uma tonelada de circuito¿.(DR)