Título: Rombo maior na Previdência
Autor: Edna Simão
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/08/2004, Nacional, p. A-5
O rombo da Previdência Social voltou a subir no mês passado, atingindo R$ 2,26 bilhões - o segundo maior deste ano. O valor é 18,9% superior ao déficit apresentado em junho (R$ 1,91 bilhão) devido à redução da recuperação de créditos pela Previdência Social. Um ponto positivo é que, mesmo tendo crescido em relação o junho, o desempenho da previdência social em julho foi melhor 13,8% menor do que no mesmo período do ano passado.
A arrecadação líquida da Previdência Social registrou uma queda de R$ 458 milhões de junho para julho, passando de R$ 7,97 bilhões para R$ 7,51 bilhões. As despesas com benefícios previdenciários também apresentaram crescimento, saltando de R$ 9,87 bilhões para R$ 9,77 bilhões. O secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, explicou que, em junho, o INSS recebeu em créditos extraordinários, no valor de R$ 500 milhões, de alguns bancos, o que não se repetiu em julho. Por este motivo, a diminuição da arrecadação previdenciária.
"A despesa de junho para julho manteve-se em patamar razoavelmente constante, o que mostra que não é o aumento de despesa que causou a elevação do déficit. Isso aconteceu devido à redução da recuperação de créditos", disse Schwarzer, acrescentando que não se preocupa com a alta do rombo da Previdência de um mês para outro.
No acumulado de janeiro a julho, o déficit atingiu R$ 14,84 bilhões, o que representa um aumento de 13,6% em relação ao mesmo período do ano passado (R$ 13,06 bilhões). A estimativa é de que o rombo fique em R$ 27,9 bilhões no fim de 2004. Segundo o secretário, este número não considera o pagamento de correção de benefícios aos aposentados e pensionistas, recebidos entre fevereiro de 1994 a março de 1997.
Com o acordo que o governo propôs aos aposentados e pensionistas, o pagamento da dívida será escalonado, o que dificulta a elaboração de nova estimativa para o ano. O secretário disse, no entanto, que esta despesa poderá ser compensada pela melhora na recuperação de créditos e do mercado de trabalho.