Título: Ministério volta a descartar alta da gasolina
Autor: Karla Corre
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/08/2004, Nacional, p. A-6

A secretária de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Maria das Graças Foster, tornou a descartar ontem a hipótese de um aumento nos preços dos combustíveis no País. Mesmo reconhecendo a defasagem dos preços praticados atualmente pela Petrobras em relação aos vigentes no exterior, a secretária afirmou que não existe previsão de reajuste para gasolina, gás e óleo diesel.

"Qualquer reajuste que tivesse sido feito durante o momento de alta, dias atrás, seria impróprio", disse a secretária, elogiando a decisão da estatal em aguardar a estabilização da cotação do petróleo no mercado internacional antes de tomar a iniciativa de aumentar os preços dos combustíveis no mercado interno. Maria das Graças participou de audiência pública na Câmara dos Deputados que discutiu o projeto de lei sobre biodiesel e políticas de inclusão social.

A secretária acredita que o movimento de alta na cotação do petróleo foi artificial. Ela aposta em um recuo continuado nos preços da commodity, até atingir um nível situado entre US$ 30 e US$ 35 o barril. "Essa é a expectativa em todo o mundo, e é a cotação considerada justa no momento pelos analistas de mercado", justificou Maria das Graças. Até agora, tanto a cotação do petróleo WTI, comercializado na Bolsa de Nova York, como o Brent, da Bolsa de Londres, têm apresentado uma trajetória de queda. Ontem, o preço do WTI caiu 0,85%, fechando a US$ 43,10 o barril, enquanto o Brent recuou 0,86%, fechando a US$ 40,33. Foi o quinto dia consecutivo de recuo nas cotações, após o preço em Nova York atingir quase US$ 50.