Título: Caged registra a abertura de 130 mil vagas em outubro
Autor: Daniel Pereira
Fonte: Gazeta Mercantil, 23/11/2004, Nacional, p. A6

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho registrou a abertura de 130,2 mil empregos com carteira assinada em outubro, o melhor resultado para o mês desde o início do levantamento, em 1992. Nos dez primeiros meses deste ano, já foram criados 1.796,3 mil de postos de trabalho formais no país, outro recorde histórico. No mesmo período de 2003 foram abertas 910,5 mil vagas.

Os empregos gerados em 2004 ampliaram em 7,72% o estoque de trabalhadores com carteira assinada, percentual acima da estimativa de crescimento do PIB para este ano. "Este deverá ser um ano de recorde, e acreditamos que o ritmo será mantido em 2005", disse ontem o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini. Foi o décimo mês seguido de expansão do emprego formal, o que implica aumento de arrecadação pela Previdência Social e pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Segundo Berzoini, o orçamento do FGTS pode chegar a inéditos R$ 10 bilhões em 2005, ante os R$ 7,5 bilhões deste ano. Em outubro, a indústria de transformação liderou a abertura de vagas com carteira assinada. Foram 52,7 mil. Destaque para a indústria têxtil (9,6 mil), de alimentos e bebidas (8,9 mil) e de calçados (5,6 mil). No acumulado do ano, a indústria de transformação já abriu 608,3 mil vagas formais, outro recorde histórico, conforme o ministério.

Os setores de comércio e serviços também registraram em outubro e no acumulado do ano os melhores saldos desde o início do levantamento. O dado negativo ficou por conta do setor agrícola, que registrou no mês passado o fechamento de 16,2 mil postos de trabalho formais. De janeiro a outubro, no entanto, o agronegócio gerou 249,4 mil vagas, o melhor desempenho registrado nesse período até hoje.

De acordo com os dados do Caged, os empregos formais cresceram mais em outubro nas regiões Sudeste (49,5 mil) e Sul (43,5 mil). Pelo segundo mês consecutivo, a expansão no interior foi menor do que nas metrópoles. São Paulo e Porto Alegre apresentaram os melhores desempenhos, criando, respectivamente, 28,7 mil e 8,2 mil postos de trabalho. Em 2004, o emprego formal já cresceu 5,28% nas áreas metropolitanas e 10,20% no interior.

A previsão do governo é que os empregos formais não ultrapassem 1,8 milhão neste ano, por conta de redução de vagas no final do ano.