Título: Nova comissão enfrenta crítica em seu primeiro dia
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Fonte: Gazeta Mercantil, 23/11/2004, Internacional, p. A9
O presidente da Comissão Européia (CE), José Manuel Durão Barroso, refutou um pedido para a demissão do comissário da França, Jacques Barrot, ante um caso financeiro ligado ao seu partido político, e ocorrido há quatro anos. Em seu primeiro dia no comando do braço executivo da União Européia (UE), com seus 25 países membros, Barroso disse que o comissário francês "esclareceu" o processo judicial em 2000 contra o Centro Social Democrático, partido do qual era o líder.
Barrot enviou carta "esclarecendo sua situação pessoal, e Barroso acha que, nessas condições, o comissário francês fará um excelente trabalho", disse a porta-voz da comissão, Françoise Le Bail.
As críticas contra o representante da França lançam uma sombra sobre a nova comissão, desviando a atenção de Barroso e de sua meta de elevar a competitividade econômica européia, depois que o crescimento ficou atrás do ritmo dos Estados Unidos 11 vezes nos últimos 12 anos. Graham Watson, líder dos 87 Liberais que ocupam os 732 assentos no Parlamento Eruopeu, pediu a demissão de Barrot. Martin Schulz, da Alemanha, líder dos 200 Socialistas, disse que tomará posição depois que se inteirar legalmente sobre o assunto.
O parlamento atrasou a posse da nova comissão em três semanas, forçando dois nomeados a sair, e um terceiro a mudar de cargo. O parlamento confirmou a atual comissão em 18 de novembro, antes que o caso legal de Barrot fosse levado a público.
Os ministros da Defesa da UE se comprometeram ontem a preparar, até 2007, 13 tropas de reação rápida. Mas o otimismo foi prejudicado por um relatório que mostrou falhas no arsenal militar do bloco. Um obstáculo à ambição da UE de se tornar uma força confiável para atuar em áreas remotas é a falta de transporte estratégico - principalmente aviões - e problemas na sua capacidade de controlar e manter tropas no campo de operações.