Título: FMI reduz estimativa de crescimento global
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Fonte: Gazeta Mercantil, 23/11/2004, Internacional, p. A9

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Rodrigo Rato, afirmou que a projeção da instituição para o crescimento econômico global em 2005 foi revista para baixo. O motivo é a alta nos preços do petróleo, que se mantém próximos de níveis recordes, e do déficit fiscal dos Estados Unidos (EUA), que no ano fiscal de 2004 bateu recorde. "Mas, por ora, não a situamos abaixo dos 4%", disse ele, que no fim de semana passado se reuniu com ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais do G-20 em Berlim, ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung. A última estimativa de expansão, divulgada em 29 de setembro passado, era de 4,3%.

Para sustentar o crescimento, o diretor-gerente do FMI exortou alguns países europeus, especialmente a Alemanha, a fortalecerem a flexibilidade do mercado de trabalho e a competitividade das empresas nos mercados externos, além de reformarem os serviços públicos.

"Ninguém pode descartar um novo aumento dos preços do petróleo, e nem esquecer do déficit público e do déficit em conta corrente dos EUA, que têm prejudicado a economia mundial já há algum tempo, e não dá nenhum sinal de melhora", disse Manuela Preuschl, economista do Deutsche Bank AG de Frankfurt, o maior banco alemão em ativos. Preuschl prevê que a economia mundial crescerá 4,1% em 2005, após se expandir 4,9% neste ano.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, John Snow, disse a seus colegas ministros durante a reunião do G-20 (que não é mesmo grupo de países em desenvolvimento que na Organização Mundial do Comércio briga pelo fim de barreiras ao comércio agrícola), que pretende reduzir o déficit público norte-americano à metade até 2009, por meio da adoção de políticas de incentivo ao crescimento e de cortes de gastos. O dólar tem apresentado queda ante outras moedas.

Durante a reunião do G-20, o chanceler alemão Gerhard Schröeder pediu aos EUA que reduzissem seu déficit público. Para Schröeder, o déficit norte-americano é o culpado pelas altas "preocupantes''" do euro em relação ao dólar norte-americano que estão prejudicando as exportações européias.