Título: Dólar cai 1,18%, a R$ 2,753, com fluxo comercial positivo
Autor: Simone e Silva Bernardino e Maria de Lourdes
Fonte: Gazeta Mercantil, 23/11/2004, Finanças & Mercados, p. B1
Patrocinado pelo fluxo comercial positivo, o dólar comercial voltou a fechar em queda. O mercado cambial doméstico teve um dia volátil, com a moeda norte-americana chegando a ser negociada na máxima de R$ 2,775. No entanto, no meio da tarde, a pressão vendedora ganhou força e a moeda fechou cotada a R$ 2,753, com baixa de 1,18%.
Para o analista Mário Paiva, da corretora Liquidez, a expectativa predominante entre os profissionais do mercado é de que a tendência do dólar é continuar caindo, pontuada principalmente pelos fortes dados da balança comercial brasileira. Pelos números divulgados ontem, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o setor apurou um superávit de US$ 209 milhões, elevando o saldo líquido do ano para US$ 29,559 bilhões.
Além disso, na pesquisa semanal de mercado do Banco Central, divulgada ontem, as instituições financeiras revisaram para cima a expectativa para o fluxo de entrada de divisas no País em 2004, via investimento estrangeiro direto, para US$ 15,65 bilhões. Temendo que a depreciação do dólar prossiga nos próximos dias, exportadores que vinham atrasando o fechamento de operações de comércio exterior, resolveram acelerar a conversão para reais, o que pode ter fortalecido a queda da divisa dos Estados Unidos.
Juros futuros sobem
No mercado de juros futuros, as projeções encerraram o dia em alta na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). O tom mais cauteloso deve pautar as decisões de investimentos até a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para quinta-feira, dia 25. Boa parte do mercado acredita que o colegiado do BC continuará conservador, em função da meta de 5,1% e, com isso, continuará elevando o juro por mais tempo.
No final do dia, os contratos de juros de abril de 2005, o mais líquido, sinalizou taxa de 17,99% para a virada do primeiro trimestre do ano que vem, frente 17,95% do ajuste de sexta-feira. Esse vencimento contabilizou 177,2 mil contratos fechados, com giro financeiro de referência de R$ 16,7 bilhões. Janeiro projetou taxa de juros de 17,45% para a virada do ano, contra 17,43% do ajuste. Para esse período, foram negociados 112,5 mil contratos, com financeiro de R$ 11 bilhões.
No final das operações no mercado local, a taxa de risco-Brasil, medida pelo Embi+ do JP Morgan, operava em alta de 0,46%, aos 435 pontos. O C-Bond, principal papel da dívida soberana brasileira, subia 0,37%, negociado a 100,375% do seu valor de face.