Título: BNB aplica mais em pecuária no MA.
Autor: Franci Monteles
Fonte: Gazeta Mercantil, 23/11/2004, Gazeta do Brasil, p. B14

De janeiro a outubro deste ano foi registrado um crescimento de 38% em relação a igual período de 2003. As aplicações do Banco do Nordeste (BNB) no setor da pecuária no Maranhão registraram, de janeiro a outubro deste ano um crescimento significativo de 38% em relação a igual período de 2003. O volume de dinheiro aplicado, que em igual período do ano passado foi de R$ 52,6 milhões, alcançou nos primeiros 10 meses do ano o total de R$ 72,5 milhões em operações contratadas, provenientes na maioria do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) - mais de 50% desse valor já foi liberado.

Até dezembro, a previsão do BNB é alcançar mais R$ 20 milhões em operações contratadas para o setor. De janeiro a outubro de 2002, as aplicações do banco no setor da pecuária, via FNE somaram R$ 22,2 milhões.

O desempenho no setor da pecuária tem sido um dos destaques das aplicações do FNE, respondendo até o momento por aproximadamente 42% do total aplicado. A cada ano, cresce no Maranhão o volume de contratações de operações com recursos do FNE, que alcançou de janeiro a outubro R$ 172,4 milhões.

Para o superintendente regional do Banco do Nordeste no Maranhão e Piauí, Isaias Matos Dantas, este incremento só foi possível graças à operacionalização de novas linhas de crédito, principalmente, para a bovinocultura.

Entre os novos programas de financiamento estão a aquisição isolada de matrizes por produtores de qualquer porte, recria e engorda de bovinos, que passou a ser financiada a partir do final de 2003. Até então, o BNB não financiava a compra de bezerros para recria e engorda e nem a compra isolada de matrizes - esta última era financiada somente com outros investimentos agregados. O banco financia ainda a infra-estrutura de fazendas, melhoramento de pastagens, de aguados (açudes) e melhoramento genético.

"É importante ressaltar que esses números só vêm a contribuir para o aumento do rebanho bovino do Maranhão, que é o segundo do Nordeste, com mais de cinco milhões de cabeças, e é o único que apresenta crescimento no período de 1990 a 2002, segundo pesquisa do IBGE", observa Isaías Dantas.

As regiões do estado que mais demandam investimentos no setor são o Oeste do Maranhão e cidades como Imperatriz e Açailândia. Boa parte da produção, de bovinos, principalmente, é vendida para outros estados do Nordeste na forma do "boi em pé". Ou seja, o abate ainda é muito pequeno. Em 2003, foram abatidos 600 mil animais.

Apesar de reconhecer que as aplicações alcançadas até o momento são poucas, diante do tamanho do rebanho maranhense, o gerente da área de Estruturação de Negócios da Superintendência do BNB, Zerbini Guerra de Medeiros, destaca que, os novos programas de financiamentos ainda são recentes. "Antes não existiam estas linhas de créditos. Agora são certas", ressalta o gerente.

Outro fator que contribuiu para o aumento das aplicações na pecuária maranhense, segundo Zerbine Guerra, foram as condições de financiamento do BNB, as quais aponta como as melhores do mercado para este tipo de negócio, no que se refere a juros e prazos.

"Para um pequeno produtor, por exemplo, os juros serão de 8,75% ao ano; e havendo pontualidade no pagamento, ele ainda obtém um desconto de 15% destes juros, o que reduz a taxa para 7,44% ao ano, além de prazos que podem chegar a até 12 anos", explicou.O Maranhão, foi o estado do Nordeste que registrou o maior crescimento de rebanho e é encarado como o de maior aptidão para a pecuária.

O esforço do Governo do Estado para combater a febre aftosa também é apontado pelo Banco do Nordeste como um dos fatores de contribuição para o crescimento.

No entanto, para os próximos anos pode-se vislumbrar um fator que pode ser limitante para o crescimento da atividade. Trata-se da redução da área disponível para exploração agropecuária dos imóveis localizados em áreas de floresta dentro da Amazônia Legal.

É justamente nessa região que estão concentradas as melhores condições para a pecuária e onde se encontra o maior rebanho do estado. Isto porque a Reserva Legal foi ampliada de 50% para 80%, tendo ainda que ser reconstituídas aquelas reservas com área inferior a 80% nos próximos anos, conforme determina a Medida Provisória nº 2.166-66, de 26/07/2001 e a Portaria IBAMA nº 48 de 10/07/95.

kicker: O limite para a expansão é a redução dos imóveis na Amazônia Legal