Título: Governo promete reduzir burocracia na exportação
Autor: Raymundo de Oliveira
Fonte: Gazeta Mercantil, 24/11/2004, Nacional, p. A5

Novo Siscomex vai reduzir de 63 para 20 o número de documentos. A Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) deve abrir dois centros de distribuição de produtos brasileiros no próximo ano, um em Miami (EUA) e outro em Frankfurt (Alemanha). De acordo com o presidente da Apex, Juan Quirós, os centros de distribuição são destinados à promoção dos produtos de pequenas e médias empresas e poderão servir como estandes e também como estoques. Quirós participou ontem do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), em São Paulo, e afirmou que em Miami, o centro de promoção da Apex terá mil m² e a expectativa é de crescimento das exportações por parte de pequenas e médias empresas a partir dos negócios gerados nestes locais.

O balanço da Apex nos dois últimos anos demonstra que o número de promoções de produtos brasileiros saltou de 410 em 2003 para 500 em 2004. O número de empresas que participaram dos eventos em 2003 foi 8,19 mil e o volume de negócios gerados chegou aos US$ 2 bilhões. Neste ano, a agência aponta uma participação de 13,5 mil empresas nos eventos promocionais e o volume de negócios atingiu US$ 12 bilhões. Segundo Quirós, não há uma estimativa de quanto será investido A primeira experiência brasileira

Segundo Quirós, a programação da Apex prevê a participação em ações de promoção dos produtos brasileiros no México, Itália, França, Alemanha e Peru. De acordo com informações da Apex, as exportações de produtos brasileiros para mercados inexplorados aumentou 72% nos primeiros seis meses deste ano. Para o Leste Europeu, por exemplo, o aumento das exportações brasileiras foi de 137% no primeiro semestre.

Mudança do Siscomex

O secretário de comércio exterior, Ivan Ramalho, afirmou ontem que no primeiro semestre de 2005 deve estar implantado o novo Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) Exportação. Segundo Ramalho, o novo modelo do Siscomex prevê a simplificação do registro de exportação e acompanhamento gerencial das operações por partes dos exportadores. Atualmente, somente o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), a Receita Federal e o Banco Central, tem acesso aos relatórios gerenciais.

Segundo Ramalho, o novo modelo do Siscomex Exportação prevê interação com outros sistemas como o de importação e drawback e acesso pela internet. A estimativa do MDIC é que, nos casos de pouca complexidade o número de informações exigidas pelo ministério deverá cair dos atuais 63 para 20 com a implantação do novo sistema. Ramalho afirmou que as novas medidas serão discutidas com agentes dos setores exportadores antes da implantação no primeiro semestre de 2005.

O secretário disse ontem que as exportações brasileiras são feitas, majoritariamente, com base em contratos assinados em dólar. A utilização de uma cesta de moedas foi apontada ontem pelo MDCI como forma de diminuir as perdas com desvalorização cambial.