Título: O mercado de viagens corporativas cresce no primeiro semestre
Autor: Regiane de Oliveira
Fonte: Gazeta Mercantil, 27/08/2004, Comércio & Serviços, p. A-13

Com faturamento anual de cerca de R$ 5 bilhões no País, o negócio de viagens corporativas dá sinais de recuperação. A Carlson Wagonlit Travel Brasil, empresa dos grupos Accor e Carlson Companies, fechou o primeiro semestre com crescimento de 10% nas vendas, em relação ao mesmo período de 2003. No total, foram movimentados R$ 370 milhões com a venda de pacotes de viagens.

Segundo Bernardo Feldberg, diretor geral da empresa no País, o resultado é muito bom, principalmente quando se considera o primeiro semestre de 2003, quando a empresa, apesar de não chegar a ter queda no faturamento, apresentou um modesto crescimento de 2% nas vendas. "O começo do ano passado não foi bom: além da valorização do dólar, o pessoas estavam muito cautelosas."

O grande destaque dos primeiros seis meses do ano ficou por conta do aumento da participação das viagens internacionais. Com um total de R$ 167 milhões, elas representaram 45% do faturamento brasileiro da Carlson Wagonlit Travel, uma das maiores agências de gestão de viagens corporativas na América Latina.

Segundo Feldberg, a mudança no perfil dos viajantes, nos últimos anos, também tem estimulado as vendas do segmento: "Antes, viajavam apenas os membros da alta direção das empresas. Hoje em dia, a maior parte das despesas se dá nos quadros médios".

De acordo com o executivo, estes funcionários não criam grandes despesas para suas empresas, uma vez que viajam com tarifas de classe econômica e frequentam hotéis da mesma categoria. "Isto reduz o tíquete médio de despesas e incentiva a empresa a estender o benefício a um maior número de funcionários", diz Feldberg.

Outra mudança aconteceu também no motivo das viagens. Anteriormente, pequenos grupos de funcionários viajavam com o objetivo principal de fazer negociações. Agora, eles usam o telefone ou a vídeo-conferência.

Segundo explica Feldberg, viagens em grupos maiores e grandes congressos e eventos, em vários setores, é que estão norteando as estratégias empresariais: "São viagens de incentivo e treinamento que oferecem ao funcionário a possibilidade de aproveitar ao máximo a experiência."

Planejamento

A expectativa da empresa é fechar este ano com um crescimento 10% sobre 2003, atingindo a marca de R$ 880 milhões em faturamento. "O segundo semestre está com boa cara", resume Feldberg. Ao contrário da movimentação do turismo tradicional, as viagens corporativas são planejadas com antecedência: as compras para a alta temporada, de dezembro a janeiro, são realizadas no segundo semestre, impulsionando os resultados da Carlson Wagonlit Travel. "Além disso, somos beneficiados pelo maior número de dias úteis."

A empresa atua há 68 anos no Brasil e desde 1991 sob o comando do grupo Accor. Em sua carteira de clientes estão mais de 100 grandes empresas, entre bancos, montadoras de veículos e indústrias farmacêuticas. Há cerca de 10 anos, a empresa trabalha como "travel management company", oferecendo também todo o serviço de gestão das viagens corporativas, desde a pesquisa de custos até a administração de verba.

Em 2003, o grupo cerca de US$ 10 bilhões no mercado internacional. Deste total de vendas, o Brasil participa com apenas 3%. Apesar da modesta participação, o Brasil é um dos canais mais importantes de negócios do grupo na América Latina. Tanto que, nos últimos três anos, foram investidos cerca de R$ 14 milhões em modernização e tecnologia de operação no País.