Título: A Polibrasil investirá US$ 70 milhões
Autor: Gustavo Viana
Fonte: Gazeta Mercantil, 24/11/2004, Indústria & Serviços, p. A11

Empresa vai ampliar sua produção em Mauá (SP) e Duque de Caxias (RJ), e construir um terminal marítimo. A Polibrasil, formada pela associação entre a Basell Polyolefins (maior produtora mundial de polipropileno) e pelo grupo nacional Suzano, vai investir US$ 70 milhões para ampliar sua capacidade de produção e melhorar a infra-estrutura para o recebimento de matéria-prima. O conselho de administração da empresa aprovou o cronograma de investimentos em reunião realizada na segunda-feira, em São Paulo. Cerca de 70% do capital virá de financiamentos, parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Entre 30% e 40% serão recursos próprios.

"Um dos motivos que nos levou a acelerar o cronograma de investimentos é a forte demanda no mercado interno pelo polipropileno", disse o presidente da Polibrasil, José Ricardo Roriz. Do montante total, US$ 15 milhões serão investidos em uma primeira fase da ampliação da capacidade de produção da unidade de Mauá (SP), que passará das atuais 300 mil para 360 mil toneladas de polipropileno por ano, até dezembro de 2005. Em uma segunda etapa, com aporte de US$ 25 milhões, a produção alcançará 450 mil toneladas anuais, em dezembro de 2006.

O investimento em Duque de Caxias (RJ) será de US$ 28 milhões e a capacidade de produção passará das atuais 200 mil toneladas para 300 mil toneladas anuais. As obras da unidade fluminense começam em junho de 2005 e serão concluídas em setembro de 2006. A unidade de compostos de polipropileno (resina usada sobretudo pela indústria automobilística), com capacidade para 45 mil toneladas e localizada em Pindamonhangaba (SP), entrará em operação em setembro de 2005 e vai receber aporte de US$ 15 milhões. No dia 02 de dezembro próximo, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, deverá participar da solenidade que marcará o início das obras civis.

A Polibrasil vai investir US$ 7 milhões na construção de um terminal marítimo, na Baia de Guanabara, próximo à Ilha Redonda, no Rio de Janeiro, para receber matéria-prima (propeno) e escoar suas exportações. O terminal vai receber o propeno (petroquímico básico) do pólo petroquímico de Camaçari (BA), de refinarias da Petrobras e de outros países. O insumo será usado em Duque de Caxias. Segundo Roriz, em janeiro de 2007 a Polibrasil contará com uma capacidade produtiva de 920 mil toneladas anuais. "Estaremos entre as dez maiores fabricantes de polipropileno do mundo", disse Roriz.

Atualmente, segundo o executivo, a empresa ocupa a décima quinta colocação, com uma capacidade de 625 mil toneladas anuais. A Basell Polyolefins é a maior produtora mundial, com cerca de 10 milhões de toneladas por ano. Segundo Roriz, o aumento da capacidade de produção da empresa visa acompanhar o crescimento da demanda por polipropileno, principalmente no mercado interno. "O crescimento da demanda interna este ano foi superior ao que a empresa havia estimado. E a demanda internacional também está muito forte, o polopropileno é o plástico que mais cresce no mercado mundial e no Brasil", disse Roriz.

Segundo o executivo, a indústria automotiva, o agronegócio (sacos de ráfia), os não-tecidos (fraldas descartáveis) e os filmes de polipropileno biorientado (BOPP), usados na fabricação de embalagens, têm puxado a demanda no mercado doméstico. Neste ano a empresa deverá exportar entre 15% e 20% da sua produção. Serão cerca de 82 mil toneladas, ante as 40 mil toneladas do ano passado. Cerca de 45% das exportações da empresa vão para a América Latina, sobretudo Argentina, Chile, Bolívia, Equador, Peru e México. O restante vai para a Ásia e África.

"Em 2005, com a demanda forte no Brasil, esse patamar cairá para cerca de 12%", disse. Na última década, o consumo do polipropileno cresceu, em média, 12,5% no País. Neste ano, o crescimento previsto para o mercado mundial é de 8% e para o Brasil de 14%. A previsão da Polibrasil para os próximos anos (até 2012) é de um crescimento médio anual entre 8% e 10% nas vendas do mercado interno. A Polibrasil estima alcançar um faturamento bruto de R$ 2,4 bilhões neste ano, o que representará um resultado recorde na trajetória da empresa. No ano passado, o faturamento bruto atingiu R$ 1,6 bilhão, 50% menor do que o projetado para 2004.