Título: A Telefónica consolida sua posição na América Latina
Autor: Thaís Costa
Fonte: Gazeta Mercantil, 24/11/2004, Telecomunicações & Informática, p. A12

As 10 filiais que eram da BellSouth poderão adotar o nome Movistar. A Telefónica Móviles está próxima de encerrar o primeiro ano na condição de líder de telefonia celular da América Latina. Das dez operações adquiridas da BellSouth em março último, oito foram finalizadas com sucesso na Venezuela, Colômbia, Equador, Panamá, Peru, Guatemala, Uruguai e Nicarágua. Restam as companhias do Chile e da Argentina, países nos quais o sinal verde depende de dois ministérios ao invés de um, motivo do prazo mais alongado que em relação às demais.

Ainda assim, a expectativa é de conclusão dos dois últimos negócios antes da virada para 2005, segundo fontes da operadora espanhola. Não há risco de haver problemas com os minoritários, pois a BellSouth é a controladora do capital de ambas.

Dos US$ 5,8 bilhões acordados pela negociação, US$ 4,3 bilhões foram efetivamente entregues à operadora norte-americana, restando US$ 1,5 bilhão pelas empresas argentina e chilena.

No fim de outubro, a Telefónica Móviles reuniu as equipes das oito empresas adquiridas. Cerca de dois ou três executivos espanhóis foram transferidos para as subsidiárias recém-agregadas, de forma a manter as equipes locais praticamente intactas, segundo afirmou fonte da matriz. "As equipes são competentes e o desempenho das empresas é satisfatório", afirmou.

Do mês em que foi fechado o acordo de compra até setembro, encerramento do terceiro trimestre, houve ganho de 2,5 milhões de clientes. As dez operadoras reuniam 10,5 milhões de usuários no primeiro trimestre e atingiram 13,1 milhões meio ano depois.

No mesmo intervalo, a Vivo, subsidiária brasileira da Telefónica Móviles em joint venture com a Portugal Telecom, acrescentou 3 milhões de clientes à sua base, saindo de 22 milhões para 25 milhões em setembro.

No total, a Telefónica Móviles reúne 51 milhões de clientes na América Latina contra cerca de 50 milhões da Américas Móviles, do magnata mexicano Carlos Slim Helú. Incluindo as operações da Europa, a Telefónica atinge 72 milhões de clientes.

Poder de barganha

A consistência dos números está refletida no poder de barganha do grupo na compra de telefones celulares, tanto GSM quanto CDMA. Aliás, não foi definida para qual das duas tecnologias será promovida a overlay das operadoras latinas que utilizam TDMA. "A atualização das redes e o lançamento de novos serviços ocorrerá de acordo com o estudo que está sendo feito de cada empresa", afirmou a fonte. Não há data definida.

Quando forem lançados serviços modernos, haverá a substituição do nome BellSouth. A Telefónica não definiu se a mudança será para Movistar ou outra marca. Mas uma coisa é certa: a Vivo não acompanhará a mudança de nome na região. "Além de fruto de uma joint venture, a Vivo é uma marca top of mind, não teria o menor sentido mudá-la", afirmou a fonte.