Título: Sudamax investe no combate ao contrabando.
Autor: Guilherme Arruda
Fonte: Gazeta Mercantil, 25/11/2004, Gazeta do Brasil, p. B-13

A empresa de Cajamar (SP), destinou R$ 30 milhões em tecnologia para combater a falsificação de produtos. A Sudamax, um dos mais tradicionais produtores de cigarro do Brasil, com fábrica em Cajamar (SP), investiu R$ 30 milhões, com recursos próprios, em tecnologia e compra de maquinário com sistema de dobra duplo Z, com o objetivo é combater a falsificação de produtos, garantindo a qualidade dos cigarros e segurança para os consumidores. Desde a segunda quinzena de outubro, a embalagem da nova carteira tipo box (caixinha) é produzida em formato octogonal, inédita no país, que cria dificuldades para os imitadores de plantão, situados dentro e fora do território nacional.

Com um toque simples de mão é possível notar a diferença em relação às atuais carteiras tipo box, que possuem ângulos retos nas laterais. Outra vantagem para o consumidor é que os pacotes com dez unidades vendidas nos pontos de vendas são envolvidos com filmes de polipropileno transparente, o que torna a identificação ainda mais fácil.

Com um "market share" de 3,5%, correspondente a produção aproximada de quatro bilhões de cigarros (crescimento de 47% em relação aos 2,8 bilhões de 2003) e dona de oito marcas, entre as quais Dollar, Vanguard, Campeão e US, a Sudamax está aproveitando o lançamento dos novos formatos de embalagens tipo box na Região Sul para reforçar a entrada da nova família de cigarros, batizada de U5. São quatro opções de sabores: Natural, Citros, Jeans e Menta. "Estamos iniciando pela região Sul a nossa segmentação", diz Ricardo Herrmann, diretor industrial. Até dezembro, a U5 chegará a São Paulo e ao longo de 2005 abrangerá as demais regiões.

Somando a embalagem diferenciada com a nova família de produtos, a Sudamax pretende avançar para a marca de 5% no seu "market share" até o final de 2005, e alavancar o faturamento para acima de R$ 200 milhões. A previsão para 2004 é de R$ 150 milhões de receitas, ou 50% superior aos R$ 99 milhões obtidos no exercício de 2003. Embora o Norte/Nordeste tenha um peso de 54% no faturamento, a região Sul tem apresentado elevados índices de crescimento para a empresa, de 20% em 2003 para cerca de 27% este ano.

Edson Veríssimo, gerente de vendas da empresa, diz que no ano de 2003 foram vendidos cerca de 40 bilhões de cigarros ilegais no Brasil, que representa quase 30% do mercado total, estimado em 140 bilhões de unidades/ano. São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais concentram 80% de produtos contrabandeados, falsificados e vendidos sem nota fiscal. A principal rota de entrada de produtos irregulares é o Paraguai. "A sonegação de impostos aos cofres públicos é da ordem de R$ 1,5 bilhão anuais", comenta Ricardo Herrmann. O diretor industrial recorre aos dados do instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), que avalia que das 420 marcas comercializadas no mercado interno, mais de 360 são ilegais.

Análise recente feita com 30 destas marcas irregulares constatou que treze delas apresentaram resíduos de agrotóxicos não permitidos no Brasil; 30% possuem um agente de sabor proibido em diversos países; 92% não apresentaram os níveis de monóxido de carbono, e que em 47% delas verificou-se a presença de contaminantes, como grãos de areia, pedaços de barbante, semente de ervas, capim, fumo verde, inseto, material plástico e bicho do fumo.

Desde 1913

A Sudamax foi fundada em 1913, por Sabbado Umberto D¿Angelo, que originou a primeira combinação da empresa, Sudan. Desde 1991, no entanto, o controle pertence aos irmãos David e Daniel Young e ao empresário Maurício Rosilho, que juntos detém 71% do capital. Os restantes 29% são da Melisur S.A.. Em Cajamar, a empresa ocupa uma área de 70 mil metros quadrados, sendo 23 mil metros de área construída. Anualmente, consome três mil toneladas de fumos selecionados, adquiridos no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Atualmente, dos quatro bilhões de unidades/ano produzidas pela Sudamax, 80% são da marca US. A marca U5, lançada em dezembro passado, já conta com 0,3% de participação. "Nós exportamos 500 milhões de cigarros para os Estados Unidos, o que significa US$ 3 milhões, mas pretendemos avançar", informa o diretor industrial, lembrando que os produtos seguem com a marca dos importadores.