Título: Siemens Brasil encontra seu eixo
Autor: Thaís Costa e Rosana Hessel
Fonte: Gazeta Mercantil, 26/11/2004, Primeira Página, p. A1
Divisão de telefonia mantém bom desempenho; lucro cresce 17%. Ao contrário do que ocorreu na Alemanha, onde a divisão de telefonia registrou prejuízo de cerca de ¿ 100 milhões, aqui ela foi o segmento que obteve a maior e melhor participação no balanço da Siemens do Brasil. Dos R$ 6,2 bilhões faturados até 30 de setembro pelo grupo, 55% foram decorrentes da produção, venda e exportação de equipamentos de PABX, telefones celulares, modens ADSL e centrais telefônicas.
Os restantes 45% foram repartidos pelas outras cinco divisões da gigante alemã - energia (13%), transporte (10%), automação e controle (15%), medicina (3%) e iluminação (4%). O salto de 45% registrado nas vendas deste ano em relação ao anterior resultou basicamente do bom desempenho do setor de telecomunicações brasileiro. "O mercado teve comportamento mais aquecido do que prevíamos", disse Aluízio Byrro, diretor-geral da área de comunicações, referindo-se às encomendas de infra-estrutura de telefonia móvel.
A Siemens teve, em geral, um ano excelente. Seu faturamento líquido atingiu R$ 5,9 bilhões, superando em 27% o do ano anterior. Os investimentos atingiram R$ 223,4 milhões, um valor 47% acima do ano encerrado em 2003. O lucro líquido após impostos, de R$ 204,4 milhões, cresceu 17%. Mas foi no item exportações que ocorreu a maior variação: 150%, atingindo R$ 620 milhões.
A área de tecnologia da informação contribuiu para esses bons números. Atualmente, dois dos quatro centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) da empresa no Brasil já desenvolvem alguns softwares programados em linguagem Java e que são embarcados em celulares da marca fabricados no exterior. De acordo com o presidente da Siemens no Brasil, Adilson Antonio Primo, em 2004, foram exportados R$ 10 milhões em softwares. A expectativa do executivo é quintuplicar esse volume em dois anos e atingir R$ 50 milhões. "O Brasil tem grande potencial para exportação de softwares, porque o custo da mão-de-obra é bastante competitivo e chega a ser um quinto do da Alemanha ou do dos Estados Unidos", disse.