Título: Emprego cresce 10% em
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Fonte: Gazeta Mercantil, 26/11/2004, Nacional, p. A4
O ano de 2004 já pode ser considerado o melhor dos últimos dez anos para a indústria metalúrgica, no que diz respeito ao emprego, segundo estudo divulgado ontem pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CNM/CUT). Até setembro, houve um crescimento de 10% sobre o mesmo período do ano anterior, o que representa a criação de 136.317 postos de trabalho.
A indústria metalúrgica brasileira já chegou a ter cerca de 2,8 milhões de trabalhadores (1987), mas a partir de 1990 esse número veio caindo ano a ano. Em 1997 o número de trabalhadores metalúrgicos já havia sido reduzido em 52,2%, ou seja, praticamente 1,5 milhões de postos de trabalho foram eliminados.
De 1997 a 1999 os postos de trabalho continuaram sendo eliminados e, apesar da recuperação em 2000-2002, o saldo de todo o período compreendido entre os anos de 1997 e 2002 ficou negativo em 7.890 posições.
Esse quadro começou a mudar no ano passado, segundo o estudo divulgado ontem: de janeiro de 2003 a setembro de 2004, apesar da pequena recuperação da economia, a indústria metalúrgica já registra um saldo positivo de 180.689 postos de trabalho, o que representa um crescimento de 13,7%, totalizando cerca de 1,5 milhão de trabalhadores metalúrgicos no Brasil.
A renda, apesar de não apresentar o mesmo desempenho do emprego, tem também demonstrado sinais de recuperação. A partir do levantamento dos reajustes salariais conquistados pelos sindicatos metalúrgicos filiados a CNM/CUT que já encerraram suas campanhas em 2004, observa-se que praticamente todos os sindicatos conseguiram repor as perdas, estimada em 94,5%, considerando o INPC. Praticamente dois terços das convenções e/ou acordos coletivos observados no período conquistaram aumento real entre 1% a 4,4%. O resultado é considerado bastante positivo pelos metalúrgicos da CUT ao compará-lo com os resultados de 2003, quando apenas 45% dos sindicatos conseguiram repor a inflação com algum ganho, que variava entre 0,1 a 2,64%.
Diferenças regionais
No ano passado, cerca de 25% dos sindicatos não conseguiram repor a inflação, chegando a acumular uma perda que varia de 0,84 até 8,86%.
Mesmo com indicadores bastante expressivos em todos os setores da indústria metalúrgica em nível nacional, trabalhadores de um mesmo setor, por exemplo, o automotivo, tiveram ganhos entre 0,41% a 4%, na Bahia e em São Paulo, respectivamente. O setor eletroeletrônico obteve ganhos de 1,5% a 4%, a depender da região.
kicker: Sindicatos filiados à CUT consideram 2004 o melhor dos últimos dez anos