Título: Inflação desacelera e sobe 0,57% em São Paulo
Autor: Ana Cecília Carvalho
Fonte: Gazeta Mercantil, 26/11/2004, Nacional, p. A4

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe/USP) subiu 0,57% na terceira quadrissemana do mês de novembro, ante ao aumento de 0,68% registrado na semana passada. No mesmo período do mês de outubro, o índice registrou alta de 0,53%. O IPC mede a variação dos preços no município de São Paulo para famílias com renda de até 20 salários mínimos.

Entre os sete grupos pesquisados pelo IPC-Fipe, apenas Despesas Pessoais apresentou preços acima dos registrados na semana anterior. O grupo passou de 0,71% para 0,93%. O grupo Educação manteve-se estável, com variação de 0,07%. Os grupos restantes apontaram recuo no índice de inflação. Transportes passou de 1,72% para 1,67%.

Habitação foi de 0,71% para 0,55%. Vestuário apontou variação de 0,43%, ante a alta de 0,76%. Saúde também registrou desaceleração, recuando de 0,42% para 0,32%. Alimentação indicou deflação de 0,17%, frente à alta de 0,07% da última apuração.

Na medição do período eqüivalente de outubro, os grupos estudados haviam apresentado as seguintes variações: Habitação, 0,68%; Alimentação, 0,21%; Transportes, 0,93%; Despesas Pessoais, 0,22%; Saúde, 0,44%; Vestuário, 0,91% e Educação, 0,06%.

Aumenta a previsão para o ano

A Fipe elevou a previsão de inflação em São Paulo este ano de 6,0% para 6,5%, devido ao reajuste de combustíveis autorizado ontem pela Petrobras.

"A bola estava caindo e chutaram ela de novo", disse Paulo Picchetti, coordenador de preços da Fipe, comentando a alta de combustíveis em outubro, cujo impacto sobre a inflação já estava perdendo força, e o desta manhã, que pressionará a taxa até janeiro de 2005.

A Petrobras elevou em 10% o diesel e em 7% a gasolina nas refinarias a partir de hoje.

Com a incidência de tributos, o reajuste é de 4,2% para a gasolina e de 8% para o diesel. Segundo Picchetti, em novembro, o impacto do aumento sobre a taxa de inflação em São Paulo será "desprezível", já que pegará apenas quatro dias do mês. Já em dezembro, a gasolina e o diesel contribuirão com 0,23 ponto percentual, entre efeito direto e indireto. O economista não fez previsão para a taxa de inflação em dezembro.

Para janeiro, o impacto indireto do reajuste dos combustíveis será de 0,11 ponto e o direto será nulo.

A projeção de 6% já corria o risco de ser ultrapassada quando a Petrobras aumentou os combustíveis em outubro, mas Picchetti preferiu não alterar o prognóstico antes da confirmação de um novo reajuste, que já era esperado pelo mercado.