Título: Gasolina e diesel são reajustados em 7% e 10%
Autor: Mônica Magnavita e Júlia Ribeiro
Fonte: Gazeta Mercantil, 26/11/2004, Energia, p. A6

Para analistas, medida será absorvida esse ano e não terá impacto significativo sobre a taxa de inflação em 2005. A Petrobras anunciou, ontem, um reajuste médio de 7% nos preços da gasolina e de 10% para o diesel, na refinarias, que começou a vigorar desde a zero hora de hoje. Nos postos, conforme projeção da Federação Nacional dos Combustíveis (Fecombustíveis), a alta média para a gasolina será de 2,5%, equivalente a R$ 0,054 por litro, e de 6,5% para o diesel, que corresponde a R$ 0,10 por litro. Com os impostos, como a Cide e PIS/Cofins, o preço da gasolina subirá 4,2% e o do diesel 8% nas distribuidoras.

O aumento, conforme avaliação da economista Ana Paula Almeida, da Tendências, não terá impactos significativos sobre a inflação de 2005, como temiam os analistas de mercado e o próprio Banco Central. "A alta ficou concentrada em dezembro e haverá pouco resíduo para 2005", disse a especialista em inflação. Isso, porque a data do reajuste dos combustíveis coincide com o início da coleta do IPCA relativo ao mês de dezembro. Em outras palavras, a maior parte do impacto, de 0,14 ponto percentual, será absorvida ainda este ano. "Esse reajuste está em linha com o que o mercado esperava", disse. As projeções da consultoria para o IPCA de 2004 aumentaram de 7% para 7,1%.

O aumento de preços dos combustíveis em 2004 ficará em cerca de 12%, conforma Ana Paula, acima dos 9,5% estimados pelo Banco Central. As perspectivas para o próximo ano são positivas, mantida a conjuntura atual, tanto para o câmbio quanto para a cotação do barril de petróleo, o que poderá levar a uma revisão para baixo das estimativas de inflação para 2005 por parte dos analistas.

Trata-se do terceiro aumento anunciado pela Petrobras este ano. Ainda assim, os reajustes, conforme avaliação dos analistas, foram insuficientes para atingir a paridade em relação à cotação internacional. Segundo estimativa do analista Marcelo Mesquita, do banco suíço UBS, para tanto, seria preciso um aumento de 9% nos preços da gasolina. Já para o diesel, a alta ficaria em, apenas, 5%.

O presidente da Fecombustíveis, Gil Siuffo, destacou que na projeção de 2,5% não está incluso o aumento de 10% do álcool anidro que representa 25% na composição da gasolina. Siuffo calcula que o aumento na gasolina deve estar na média de 3,5% considerando o aumento do álcool anidro no início da semana.

Ele acrescenta que "os postos têm a liberdade para aumentar o quanto acharem necessário e o impacto maior, de acordo com ele, será no reajuste do diesel.