Título: Pimentel afirma que concluirá obra inacabada
Autor: Ana Paula Machado
Fonte: Gazeta Mercantil, 30/08/2004, Política, p. A-12
A campanha eleitoral em Belo Horizonte está em ritmo frenético e vale de tudo para que os candidatos subam nas pesquisas. O prefeito e candidato à reeleição Fernando Pimentel (PT), que na sexta-feira apresentou um conjunto de propostas para a cidade, ganhou reforços de apoio de peso. O ministro José Dirceu (Casa Civil), o presidente do partido, José Genoino, e os senadores paulistas Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante foram as vitrines dos programas eleitorais petistas ao aparecerem na TV pedindo votos ao prefeito. A assessoria de campanha de Pimentel afirmou que o candidato deve lançar nesta semana mais de 13 livros contendo as idéias para cada área de sua possível próxima gestão.
Todas as propostas foram discutidas em um fórum realizado com todos os candidatos a prefeito na Região Metropolitana de Belo Horizonte. "Queremos que a população avalie os 12 anos de administração popular na capital mineira . O que foi implantado na cidade nos traz um saldo positivo, a administração não está em descompasso com o município", disse Pimentel.
Segundo o prefeito, em 12 anos de administração petista foram gastos R$ 400 milhões somente com obras do Orçamento Participativo, implantado em 1993 na gestão de Patrus Ananias. Entretanto, ele reconheceu as que obras de infra-estrutura não foram concluídas na cidade. "Tivemos que optar pelo atendimento social, já que vivíamos em época de parcos recursos. Mas, agora estamos votando ao ciclo de investimentos públicos", disse.
Ainda de acordo com o candidato à reeleição pelo PT, no próximo ano, se eleito, obras que se arrastam por anos na cidade de Belo Horizonte, serão concluídas como o metrô da cidade, que há vinte anos está inacabado.
Outro patinho feio da administração petista, projeto Escola Plural, sistema de ciclos implantado do no ensino médio, será reformulado.
A proposta do candidato petista é a implantação da avaliação anual do aluno. Tradicionalmente, a avaliação é feita a cada três anos, ao término dos ciclos. "São correções de rumo", afirmou Fernando Pimentel. Além disso, a proposta inclui ainda a manutenção do reforço escolar durante todo o ano letivo. Esta medida, adotada pela prefeitura, atende a cerca de 300 alunos.
O candidato petista também elencou as obras urbanização de vilas e favelas em Belo Horizonte. O projeto prevê a retirada de famílias das áreas de risco e seu reassentamento em moradias construídas nas vilas ou favelas. "Belo Horizonte tem a vantagem de ter construído um modelo de administração democrática. E tenho certeza que a população não vai jogar isto fora", afirmou Pimentel.
Mesmo com o projeto de reformulação da Escola Plural, o programa tem recebido várias críticas dos adversários do prefeito e candidato à reeleição pelo PT. João Leite candidato à prefeitura pelo PSB faz pesadas críticas nos programas de governo do PT e propõe inclusive acabar com a Escola Plural e adotar na cidade de Belo Horizonte um novo sistema de ensino que, segundo ele deverá ser discutido com a sociedade. "O desafio é a qualidade do ensino e garantir que o aluno tenha a competência mínima exigida", disse.