Título: OMC sugere ao Brasil que reduza a proteção tarifária
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Fonte: Gazeta Mercantil, 30/11/2004, Nacional, p. A5
A entidade reconhece avanços na política comercial brasileira. A Organização Mundial do Comércio (OMC) instou ontem o Brasil a que abra mais seu mercado mediante a redução de sua proteção tarifária, ao mesmo tempo em que felicita Brasília pela crescente integração ao comércio mundial.
Em seu relatório quadrienal sobre a política comercial brasileira, a OMC reconhece que o Brasil deu prosseguimento à liberalização de seu comércio no último período (quatro anos), com uma redução da tarifa média de importação de 13,7% em 2000 para 10,4%, em 2004. "Contudo, o Brasil deve ir mais longe no caminho da mudança, a fim de acelerar de forma duradoura seu crescimento, já que o PIB em termos reais ficou estagnado entre 1999 e 2003", observa a OMC.
Segundo a entidade multilateral, ainda há obstáculos ao comércio em alguns setores, e as taxas alfandegárias limitam o acesso dos consumidores e produtores brasileiros a alguns produtos competitivos no mundo. A OMC sugere ao Brasil que reduza as taxas alfandegárias "consolidadas" (declaradas oficialmente à organização) para um patamar mais próximo ao do aplicado nas alfândegas. Sobre o comércio de serviços, a organização pede ao Brasil que "amplie seus compromissos" junto à própria OMC.
"Um programa ambicioso de liberalização interessa ao Brasil e facilitaria o sucesso das negociações da Rodada Doha, para cujo avanço o Brasil contribuiu significativamente e que são de enorme importância para esse país, devido à sua crescente integração ao comércio mundial". Nas negociações lançadas em Doha, no ano de 2001, os países ricos esperam que os emergentes, como Brasil, China e Índia, abram mais seus mercados aos bens e serviços de nações industrializadas, em troca de concessões na área agrícola.