Título: Indústria de papel e celulose integra cadeia de suprimentos
Autor: Ana Carolina Saito)
Fonte: Gazeta Mercantil, 01/12/2004, Telecomunicações & Informática, p. A-11

Pakprint espera a adesão de 8 mil fornecedores do setor em um ano. A indústria de papel e celulose está ampliando o uso do comércio eletrônico. A Pakprint, fornecedora de soluções de tecnologia para o setor, anunciou, ontem, o lançamento do e-fornecedores, ferramenta eletrônica de compras de insumos e serviços voltados para o segmento. A empresa de outsourcing levou dois anos para desenvolver o sistema, que permitirá a padronização nos processos nas transações entre as companhias de papel e celulose e fornecedores. "O nosso objetivo é promover a integração da cadeia, utilizando a tecnologia de comércio eletrônico", afirmou o presidente da Pakprint, John Freshel.

Criada há três anos, a Pakprint tem como principais acionistas cinco gigantes do mercado brasileiro do mercado de papel e celulose: International Paper, Klabin, Ripasa, Suzano e Votorantim Celulose e Papel. A empresa já recebeu investimentos de R$ 11 milhões para a criação, desenvolvimento e gastos pré-operacionais. Nos dois primeiros anos de atividade, a Pakprint se dedicou à implementação de um canal de vendas on-line para a indústria do setor. Hoje, 600 clientes das companhias do segmento utilizam o portal para todo tipo de consulta e 150, para transações. Pelo sistema, são realizadas 7 mil transações por mês. "Em algumas empresas, 27% dos negócios são feitos pelo sistema e o número de clientes está em crescimento", disse Freshel.

No início, a ferramenta de compras será utilizada pela Ripasa, Klabin e Suzano. Os gastos das três empresas com matéria-prima, serviços e equipamentos somam a R$ 2,95 bilhões por ano. Klabin e Suzano realizam compras anuais de R$ 1,2 bilhão, cada uma. Já a Ripasa movimenta de R$ 500 milhões a R$ 550 milhões. A expectativa é de que a International Paper e a Votorantim adotem o sistema até o final do ano que vem. "A ferramenta é aberta a qualquer outra indústria que quiser utilizá-la", afirmou Freshel.

O processo de inclusão de fornecedores começa em janeiro de 2005. A meta da Pakprint é reunir, pelo menos, 8 mil empresas em um ano, responsáveis por 90% do volume de negócios. A empresa de tecnologia, no entanto, espera a adesão de toda a cadeia nos próximos anos. O setor conta com 18 mil fornecedores. "No caso da Klabin, o objetivo inicial é atingir 1.500 fornecedores, mas que representam 75% das transações", afirmou o diretor florestal e de cadeia de suprimentos da companhia, Reinoldo Poernbacher.

As operações de compras serão feitas de forma independente, segundo Freshel. Cada empresa terá um ambiente de negócios e apenas a ferramenta será compartilhada. Além disso, uma auditoria externa foi contratada para garantir a segurança e confiabilidade do sistema. "Não haverá troca de preços", afirmou o executivo. "Não temos interesse em realizar compras em conjunto ou divulgar os preços pagos ao fornecedores. Somos empresas concorrentes", disse o superintendente de suprimentos da Ripasa, Reinaldo Soares Cruz.

A implantação começou em maio deste ano. Desde novembro, dois fornecedores participam de um programa piloto. Até dezembro, outras dez empresas devem ser incluídas no sistema. A ferramenta, que pode ser integrada ao sistema de gestão das empresas e dos fornecedores, permite o gerenciamento, on-line e em tempo real, de cotações, pedidos, faturas entre outras informações.

As empresas estimam uma redução de 33% a 50% no tempo gasto nos processos de compras. No piloto do sistema, um fornecedor chegou a reduzir em 70% o tempo de resposta de uma cotação. Com a adoção da ferramenta, as companhias também esperam diminuir erros de digitação, por exemplo. Somente a Klabin registrou um volume de 270 mil notas fiscais em 2003. No caso da Ripasa, o número é de 16 mil documentos por mês. "Teremos redução de custos, qualidade, segurança e agilidade. Será melhor para as duas partes", disse o diretor da Klabin.