Título: Pontos de apoio para caminhoneiros
Autor: Ariverson Feltrin
Fonte: Gazeta Mercantil, 30/08/2004, Transportes & Logísticas, p. A-22

Objetivo da Braskem, com os centros logísticos, é aprimorar atendimento e fidelizar o motorista. Para enfrentar a escassez de caminhoneiros autônomos - um fornecedor importante no seu sistema de transporte - a Braskem, petroquímica líder em resinas termoplásticas na América Latina - está criando em parceria com a BR-Distribuidora e a Ballylog Logística, três Centros de Logística, batizados de Clog`s nos três pólos petroquímicos onde atua: em Triunfo (RS), Camaçari (BA) e em Marechal Deodoro (AL).

Estes centros, segundo a Braskem, vão oferecer infra-estrutura física capaz de abrigar serviços de informação, inteligência, gestão e segurança. Nesses espaços os caminhoneiros que trabalham para a Braskem poderão aguardar "com tranqüilidade e conforto" enquanto esperam para o carregamento.

A Braskem pagou ano passado, de frete e armazenagem (no chamado outbound - de suas unidades para o mercado ou até os portos) entre R$ 420 e R$ 450 milhões. A movimentação no mercado interno envolveu 5 milhões de toneladas - sendo 2,5 milhões de toneladas em resinas petroquímicas (PVC, polietileno, polipropileno, PET), 1,8 milhão de toneladas de produtos líquidos e outras 700 mil toneladas de gases.

Apesar dos avanços em cabotagem e da ferrovia feitos pela Braskem, o caminhão ainda comanda sua matriz de transporte, respondendo ano passado por 45% da distribuição. A parte da cabotagem foi de 40% e a da navegação fluvial 1% O trem entrou com 8%. Os restantes 6% são transportados em dutos.

"É o caminhão que faz a ponta final. Por isso mesmo, o caminhoneiro é estratégico - ele é extensão da imagem da Braskem perante o cliente", diz José Frederico Maciel, gerente corporativo de logística da empresa. "É certo que avançamos em ferrovia e cabotagem, mas sabemos que o caminhão é importante e, com o aquecimento da economia, temos registrado alta de fretes e escassez de caminhoneiros", acentua Maciel. Diante dessa realidade, os centros de logística vão oferecer ao motorista conforto, bem-estar, segurança e agilidade no atendimento, afirma o executivo, para emendar. "É estratégico atender bem o caminhoneiro pois entendemos que sem fidelização poderemos ter problemas de oferta".

Dos embarques rodoviários que a Braskem faz nos pólos, 50% são em caminhões de autônomos. O restante vai em caminhões próprios de transportadoras ou de seus agregados. A demanda diária da Braskem (considerando como veículo típico o cavalo-mecânico atrelado a carreta de três eixos) é de 80 a 100 veículos no pólo alagoano, 150 caminhões no pólo da Bahia e de 150 a 200 veículos no pólo gaúcho.

Cada centro tem um modelo. Em Triunfo a BR é a dona do terreno. Em Marechal Deodoro a proprietária da área é a Braskem. Já na unidade de Camaçari o centro logístico será feito em terreno da Ballylog. A BR, em todos os casos, será a bandeira de combustível. A Ballylog Logística será responsável por todo o investimento na construção da infra-estrutura dos Clog''s. Para isso desembolsará recursos estimados em R$ 13,5 milhões para os três centros de apoio. A Ballylog assumirá também a gestão administrativa e operacional. Os centros logísticos de Triunfo e Marechal Deodoro serão abertos até o final de 2004. O de Camaçari tem previsão de entrega para 2005.

Outros serviços

A Braskem opera com 13 transportadoras. Elas terão escritório nos centros, que contarão com estrutura sanitária, de lazer e de alimentação, além de barbearia, banco 24 horas e lojas, além de postos médico-odontológicos. Essa infra-estrutura para o caminhoneiro (e sua família, que viaja ocasionalmente na boléia) que a Braskem está anunciando foi adotada por dois embarcadores - Votorantim Cimentos e Cia. Siderúrgica Nacional (CSN).