Título: Furlan pede empenho para criar ANDI
Autor: Gabriela Valente
Fonte: Gazeta Mercantil, 02/12/2004, Política, p. A-10

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, pediu ontem ao líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), empenho da base de apoio para aprovar os projetos que criam a Agência Nacional de Desenvolvimento Industrial e o Conselho de Desenvolvimento Industrial. Os dois órgãos serão responsáveis pela implementação da política industrial definida em abril deste ano, que privilegia as áreas de semiconduntores, fármacos, bens de capital e software.

A outra pendência no Legislativo para que a política industrial saia do papel foi resolvida mês passado, quando os senadores aprovaram o projeto de incentivo à inovação e à pesquisa científica e tecnológica. Ontem, Fernando Furlan e Aloizio Mercadante defenderam a redução das taxas de juros e manifestaram preocupação com relação à valorização do real frente ao dólar, o que pode influenciar de forma negativa o saldo da balança comercial.

"O Brasil não é um País eternamente de juros altos", declarou Furlan. Ele acrescentou que alguns setores que usam como matéria-prima aço e petróleo sofreram impacto com a valorização da moeda nacional, deixaram de exportar e começaram a vender para o mercado doméstico, que está em expansão por causa do crescimento econômico. Já Mercadante disse que o governo deveria aproveitar a desvalorização do dólar para reforçar as reservas nacionais, hoje de US$ 24,2 bilhões, se descontados os empréstimos contratados com o Fundo Monetário Internacional (FMI). "Nós temos que antecipar esse cenário futuro e incrementar nossas reservas, para manter esse quadro de estabilidade nas contas externas e o saldo comercial muito forte, que garantiu a saída da crise e a retomada do crescimento no Brasil", afirmou o senador Aloizio Mercandante. Para o senador paulista, a redução na taxa de juros também é fundamental para deixar o real mais competitivo. "E a queda sustentada na taxa de juros vai fazer com que a taxa de câmbio encontre o melhor momento em termos de equilíbrio".