Título: Petrobras inicia obras de gasoduto em setembro
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Fonte: Gazeta Mercantil, 30/08/2004, Energia, p. A-9

A Petrobras começará a construir no próximo mês, após vários adiamentos, o primeiro gasoduto do projeto gigante de expansão da rede de distribuição de gás natural, disse na sexta-feira o gerente geral do setor, Richard Olm. "O gasoduto Campinas-Rio já possui autorização e vamos começar a construção no próximo mês, para estar pronto em 2006 ou 2007", afirmou Olm.

O gasoduto, que tem um custo estimado de US$ 285 milhões e terá 442 quilômetros de extensão, ligará Campinas, no estado de São Paulo, ao Rio de Janeiro, e deverá ter capacidade para transportar cerca de 9 milhões de metros cúbicos de gás por dia. No projeto inicial, ele seria finalizado no início de 2005, mas teve vários atrasos por conta de dificuldades na obtenção de licenças ambientais.

O gasoduto Rio-Campinas é peça central de um plano de expansão da rede distribuidora da região Sudeste do País, parte de um projeto maior, no valor de US$ 1 bilhão, que amplia o sistema, inclusive da região Nordeste. Os dois sistemas serão interligados pelo gasoduto Gasene, com o objetivo de redistribuir a produção, já que a empresa prevê uma possível falta de gás no Nordeste em médio prazo, segundo Olm. Ele não forneceu estimativas sobre a demanda do gás natural, o que se tornou tópico de discussão recentemente.

O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, porém, disse recentemente que, até 2010, o gás poderá significar algo em torno de 14% da oferta de energia do País. Ele disse acreditar num crescimento sustentado de 14% ao ano nos próximos anos. Segundo Dutra, o consumo brasileiro chegará brevemente a 24 milhões de metros cúbicos diários.

Usinas termelétricas

A ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff, disse no mês passado que o país aumentaria muito a sua demanda de gás. Analistas, no entanto, dizem que o mercado brasileiro, fraco em demanda de gás, não deverá ampliar a procura neste setor como o governo espera, principalmente se o produto não for usado em usinas de geração de energia elétrica. Dilma afirmou que o sistema de eletricidade do Brasil continuará sendo baseado principalmente em hidrelétricas.